Entrega de cestas básicas a ambulantes no Centro: ações solidárias são cada vez mais comuns - Gilvan de Souza
Entrega de cestas básicas a ambulantes no Centro: ações solidárias são cada vez mais comunsGilvan de Souza
Por HUGO PERRUSO
Rio -  Em época de coronavírus e isolamento social, a solidariedade está em alta. Cada vez mais pessoas se mobilizam para ajudar quem mais precisa nesse momento difícil, seja por doações a ONGs ou por ações por conta própria. E pesquisas da população brasileira na internet reforçam essa nova onda.
Segundo levantamento do Google Trends, nunca os brasileiros buscaram tanto o termo "como ajudar" na ferramenta de pesquisa do site. O interesse nos últimos sete dias é o maior desde 2004, quando a empresa começou a registrar esses dados. Em relação a doações, a principal busca é por "como doar sangue", seguida por alimentos e medula óssea.
Publicidade
Alguns estão experimentando pela primeira vez, mas muitos já têm longo caminho de apoio aos mais necessitados. É o caso da ONG Projeto RUAS, que desde 2014 presta solidariedade às pessoas em situações de ruas em quatro bairros da zona sul do Rio, levando semanalmente refeições e rodas de conversa e atividades. Com o coronavírus, a ajuda agora pode ser feita por qualquer pessoa.
Para isso, foi criada a campanha #popruaeumeimporto, para disponibilizar pontos pelas ruas da cidade (podem ser caixas de papelão) onde sejam deixadas doações de alimentos e produtos de higiene para quem precisa. Inicialmente com cinco pontos, o projeto cresceu e já são 10 espalhados por vários bairros, além de Espírito Santo e São Paulo. E mais podem ser criados pelo site https://popruaeumeimporto.org/pontos/ .
Publicidade
Ponto de doação da campanha #popruaeumeimporto, da ONG Projeto RUAS - divulgação
 

"É simples a execução. Tenho visto muitas pessoas necessitando, o desafio é grande de potencializar a campanha. Nossa ideia é expandir para que os recursos cheguem não somente pelas nossas mãos, mas pela mobilização de todos. Apostamos bastante na sociedade, para transformação e apoio", disse Allini Fernandes, uma das fundadoras da ONG Projeto RUAS.
Publicidade
 
Ponto de doação da campanha #popruaeumeimporto, da ONG Projeto RUAS - divulgação
Em comunidades, essa mobilização em grupo já vem acontecendo há algum tempo. No Complexo do Alemão, o coletivo Papo Reto faz campanhas de doação desde 2013, quando chuvas desmoronaram várias casas. Para o coronavírus, a mobilização aumentou e outros grupos se uniram à causa. O chamado "Gabinete de Crise do Alemão" já doou 5.140 cestas básicas, além de água e sabão.
Publicidade
"Desde 2013 percebemos a potência das redes pra conseguir recursos pra ajudar a favela. Todo ano fazemos arrecadação para Natal de rua e material escolar. Estamos numa luta constante pra repassar alimentos para famílias que não podem trabalhar por causa da epidemia. Mas nessa matemática entram famílias que já passavam necessidades antes. É sempre muito trabalho", explica Thainã de Medeiros, do Coletivo Papo Reto.
Principais perguntas e respostas
Publicidade
Ainda no tema da solidariedade, entre as principais perguntas no Google, segundo o Trends, são como doar sangue, alimentos e medula óssea. Confira algumas explicações sobre as dúvidas.
1 - Como doar sangue?
Há 3 principais tipos de doação: de sangue total, por aférese e doação autóloga. Para doar, deve-se procurar as unidades de coleta de sangue para checar se você atende aos requisitos necessários para a doação. Mais informações em http://www.hemorio.rj.gov.br/

2 - Como doar alimentos?
As doações de alimentos podem ser feitas em inúmeras campanhas. Algumas delas: nos pontos da campanha #popruaeumeimporto (veja no site https://popruaeumeimporto.org/pontos/ ); à Ação da Cidadania (pelo telefone 21 2233-7460 ou mensagem de Whatsapp para 21 98464-2560 ou pelo e-mail contato@acaodacidadania.org.br);  Coletivo Papo Reto no Complexo do Alemão (comunicapprt@gmail.com).
Publicidade
3 - Como doar medula?
É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos hemocentros localizados em todos os estados do país. No Rio de Janeiro, além do Hospital Pedro Ernesto, o INCA também faz a coleta de sangue e o cadastramento de doadores voluntários de medula óssea, de segunda a sexta-feira, de 8h às 14h30. Não é necessário agendamento. Para mais informações, ligue para 21 3207-1580.

A busca sobre cesta básica também teve aumento considerável no Brasil e alcançou o recorde desde 2004. Confira as principais perguntas:

1- O que vem na cesta básica?
Carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café em pó, frutas, açúcar, óleo ou banha, manteiga.
Publicidade
2 - Quem tem direito à cesta básica do governo?
Beneficiários inclusos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, com exceção das populações indígenas; priorização realizada a partir da avaliação de mapas de insegurança alimentar da Sesan e órgãos parceiros.
3 - Quanto custa uma cesta básica?
É possível montar a partir de R$ 50.