Por Juliana Pimenta

Se tem uma coisa que tem unido o carioca nesse momento de luta contra o coronavírus é uma preocupação específica: manter os idosos em casa. Existem poucas tarefas tão desafiadoras quanto convencer a população mais velha a evitar a circulação em bancos, mercados e farmácias. Comprovadas pelos cientistas e corroboradas tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Organização Mundial de saúde(OMS), as aglomerações preocupam por se tornarem grandes focos de propagação do vírus.

Encarregados de desfazer essas concentrações de pessoas, os agentes da Guarda Municipal integram o grupo de profissionais que, mesmo na adversidade, deixam suas casas todos os dias para garantir a segurança da população.

Erica Antunes, do Grupamento Especial de Praia e Marítimo, é uma dessas agentes e exalta o valor do seu trabalho. "Nós temos o dever de estar na rua. A gente não tem como se esquivar disso. Missão dada é missão cumprida. A população depende da gente, temos que estar a postos, não tem jeito. A gente tem o medo, claro, mas a gente sabe que tem que cumprir com o nosso dever", defende a profissional de segurança que se orgulha de estar na linha de frente.

Apoio em casa

Preocupado em transmitir o vírus para família, o subinspetor Edson Barbosa conta que a chegada em casa é acompanhada por rituais intensos de higiene antes de ter contato com a filha e a esposa.

"Eu assumo o risco de estar nas ruas trabalhando, me dedicando ao outro e à sociedade. Mas sei que como isso pode ser um problema mesmo com todo o trabalho de prevenção. Nós somos necessários para ajudar a população, mas me preocupo muito com a minha família", explica.

Erica compartilha do medo, mas destaca que recebe apoio da família para ir trabalhar porque eles entendem bem a dinâmica que ela vive. "Meu pai é policial e minha mãe é enfermeira. Então está todo mundo no mesmo barco. Eles entendem que é perigoso, mas sabem muito bem a importância da gente ir para a rua", pontua a agente que também tem um filho de cinco anos.

Retorno positivo

Além do carinho da família, Erica faz questão de destacar o apoio da população nesse momento de incertezas. "Tem muita gente que fala com a gente,tanto nas ruas quanto pelas redes sociais, comentando que tem orgulho do trabalho que gente está fazendo. Até hoje não recebi nenhum comentário que não fosse positivo", comemora.

Por sua vez, Edson, que tem coordenado as ações dos agentes para evitar aglomerações no BRT, diz que a experiência trouxe bons frutos em ambiente domiciliar. "Assim como nas ruas a gente explica para a população a necessidade de manter a distância de um metro e meio entre as pessoas, eu tenho pais idosos e expliquei para eles como eles devem agir nesse momento. Eu tentei orientar de todas as formas e busquei ajuda com outros familiares para dar suporte no que eles faziam, como ir ao mercado. A gente sabe que idoso é mais teimoso, mas o caminho é conversar", argumenta o subinspetor.

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