Por RENAN SCHUINDT

Um dos momentos mais temidos pelas autoridades fluminenses, a lotação dos leitos para o tratamento das vítimas da covid-19, já pode ser considerada uma realidade. Segundo dados atualizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a taxa de ocupação total da rede em leitos de UTI é de 80%. Até ontem, havia apenas 15 leitos de UTI disponíveis na capital e outros 40 entre outros municípios. A peregrinação em busca de uma vaga tem deixado marcas fatais. Caso da técnica de enfermagem, Anita de Souza Viana, de 63 anos, que mesmo trabalhando em uma unidade de referência para o tratamento da doença na capital, foi levada para uma unidade em Volta Redonda, Sul Fluminense, onde veio a óbito, no último dia 16.

Os leitos de enfermaria do estado tem taxa de ocupação de 66%. De acordo com a SES, a procura aumentou bastante. Há duas semanas essas taxas eram de 41% e 63%, respectivamente. Esses números representam apenas as UTIs destinadas especificamente para o tratamento de coronavírus da rede estadual. Ontem, 37 novos respiradores foram entregues. Porém, ainda longe do número ideal.
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“O Hospital Ronaldo Gazolla (em Acari) está lotado. São mais de 200 pessoas na fila de regulação para Clínica Médica, todos acometidos pela covis-19. Têm pacientes sendo transferidos de UPAS para municípios como Vassouras e Volta Redonda”, afirma Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmed).
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O hospital de Acari, embora seja referência municipal para o tratamento da covid-19, não funcionou para uma de suas profissionais de saúde. Segundo amigos de Anita Viana, apesar de trabalhar na unidade, ela não conseguiu realizar o exame que detecta a doença no hospital devido à falta de testes. A funcionária também não conseguiu um leito para internação no local. Ela chegou a ser internada na UPA de Bangu, até ser transferida para o Hospital Estadual Zilda Arns, em Volta Redonda, onde morreu.
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Por meio de nota, a SES ressaltou que transferências entre unidades fazem parte do protocolo estabelecido para não sobrecarregar as equipes das unidades e o atendimento prestado, já que os pacientes de covid-19 necessitam de preparo específico pela gravidade dos quadros.
 
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NOVOS LEITOS
Ainda segundo a SES, 548 novos leitos exclusivos para tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus foram abertos em todo o estado e que, ao todo, vai disponibilizar na capital, Região Metropolitana e interior 3.414 leitos. Desses, 2 mil ficarão em hospitais de campanha, inaugurados de forma gradativa em maio. Os primeiros a serem abertos serão as unidades do Leblon e Maracanã. Vale ressaltar que entre a rede privada, pública e federal, o estado do Rio contabiliza 32 mil leitos e 6,5 mil leitos de terapia intensiva.
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