A blogueira Joana Cannabrava, do @paposobreautoestima, fala sobre a rotina de pegar sol durante o isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus - Arquivo Pessoal
A blogueira Joana Cannabrava, do @paposobreautoestima, fala sobre a rotina de pegar sol durante o isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírusArquivo Pessoal
Por ANA CARLA GOMES

No terraço da casa em Santíssimo, nas varandas de apartamentos em Duque de Caxias e em Niterói, num cantinho de um outro no Aterro do Flamengo ou numa pequena cobertura em Copacabana, o sol entra quase diariamente neste outono. São minutos calorosos para quem vive o isolamento social, descritos como uma forma de conexão com o mundo lá fora, autocuidado ou a sensação de que a vida não está parada. E que garantem a absorção de vitamina D.

Em Duque de Caxias, a publicitária Camilla Mattos, 31 anos, faz dos momentos ao sol um hábito ao lado do filho, Artur, de dois anos e nove meses, e do shitszu Buba. E ir à piscina já virou promessa para quando a vida voltar aos trilhos na família.

No Aterro do Flamengo, Joana Cannabrava, de 33 anos, blogueira do @paposobreautoestima e amante do verão, mantém o isolamento social ao lado do noivo, mas saudosa da conexão com a natureza, que ela descreve como um "momento positivo para o seu coração". Por isso, tenta administrar o home office e as tarefas da casa para pegar a única horinha em que o sol entra pela janela da sala do apartamento.

Os livros acompanham a estudante Gabriela Puchineli, 23 anos, no terraço da casa em Santíssimo. A sensação de liberdade é que o lhe faz falta e as horas ao sol lhe trazem paz. A professora de Educação Física Claudia Pacheco, 42 anos, acostumada a dar aulas sob o sol na praia, tenta seguir a rotina na cobertura em Copacabana, em contato com as alunas por vídeo.

Em Niterói, a designer Ludmila Mitraud Kraft, 49 anos, praticante de canoa havaiana, faz dos momentos ensolarados na varanda uma troca de ideias com o filho mais velho, o estudante Guilherme, de 21. Seu companheiro de esporte, o fotógrafo Aldo Barranco, 30 anos, transformou numa religião o hábito de buscar o pedacinho onde o sol chega na varanda do apartamento, também em Niterói.

Para quem quer fazer o mesmo, a dermatologista Simone Abdalla dá a dica: "Para a absorção da vitamina D e evitar o risco do câncer de pele, devemos procurar um cantinho da casa com sol, passar o protetor no rosto e deixar as pernas e braços sem. É importante se expor só por 15 a 20 minutos. Assim, as quantidades de vitamina D estão garantidas".

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Gabriela Puchineli, em Santíssimo: "Tenho sorte de morar numa casa com terraço aberto. Sempre que vejo o sol dando as caras, subo nem que seja um pouco. Levo cadeira de praia para sentar à sombra de uma árvore alta para ler e revezar. São momentos importantes para relaxar e sentir que não estou parada, que a vida está caminhando. Isso me faz sentir energizada".
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Joana Cannabrava, no Aterro do Flamengo: "Esse momento ao sol é um tempo de autocuidado. Desde a questão prática de vitamina D quanto a emocional. É um tempo que tiro para mim, me desligo do que está acontecendo fora, tento me conectar comigo. Às vezes, eu consigo. Às vezes, não. Às vezes uso esse tempo para relaxar, ouvir uma música, conversar. É um tempo de respiro. Meu dia cria todo um novo ânimo. É uma das horas mais positivas emocional, física e psicologicamente do meu dia".
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Camilla Mattos, em Duque de Caxias: "Pegamos sol todos os dias. É uma maneira de nos conectarmos com o mundo lá fora. A primeira vez que chamei o Artur para tomarmos sol na varanda foi porque observei que o Buba, nosso cachorro, fazia isso todas as manhãs. Agora, nós três temos esse momento para relaxar e nos recarregar".
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Ludmila Mitraud, em Niterói: Esses momentos ao sol com meu filho mais velho têm um significado especial. Relaxam! Não só renovamos como fazemos uma troca de energia. Estamos conversando mais e os assuntos são diversos, como os estudos, música, saúde, profissão, política. Com isso, estamos nos conhecendo melhor e aprendendo a respeitar mais as opiniões um do outro".
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Aldo Barranco: "Pegar sol na varanda do apartamento virou quase uma religião. Se tem sol, estarei sentado onde ele alcança. Esses momentos significam saúde, autocuidado e são uma forma de matar um pouco a saudade da minha rotina de remador. Para quem é nascido e criado em uma cidade como Niterói, o mar é refúgio, é nossa cura mental, espiritual e até física".
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Claudia Pacheco:"Trabalhava todos os dias dando aula na praia. Não está sendo fácil. Não só por ficar longe da praia, mas do trabalho, das pessoas, da energia boa de todas as manhãs. Gosto da luz do sol na parte da manhã no meu apartamento. Significa renovação de energia! Tento manter a rotina de acordar cedo e me adaptar com aulas e vídeos online. Sinto falta mesmo do contato com minhas alunas".
 
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