A venda de máscaras de tecido virou a principal fonte de renda para centenas de costureiras Brasil afora. Pessoas como a Márcia Bonfim, da Freguesia, deixaram as outras produções de lado para focar no equipamento de proteção, principalmente depois que passou a ser item obrigatório para quem estiver nas ruas da cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com recomendação do Ministério da Saúde, as máscaras de tecidos podem ser muito eficazes para evitar a propagação do novo coronavírus, o que fez a procura disparar nas últimas semanas. Foi por isso que Márcia passou a se dedicar a essa atividade.
"Fiz primeiro as máscaras para o meu marido, quando ainda estava trabalhando na rua, para as minhas filhas e para mim; depois, para os amigos. Aí, com o aumento da crise e quando o uso passou a ser obrigatório, um começou a falar para o outro e as encomendas aumentaram", conta a costureira de 62 anos, que produz as máscaras de acordo com a demanda e usa o perfil @carretilha_magica, no Instagram, para divulgar o trabalho.
As vendas costumam ser concretizadas rapidamente, e o processo é simples: o interessado faz contato pela Internet, Márcia mostra os tecidos e modelos disponíveis e marca a data de entrega. O preço é bem em conta, apenas R$ 5.
"Mostro os tecidos que tenho e as pessoas escolhem. Vai de acordo com o gosto. Tem dois modelos: o retangular - com preguinhas - e o bico de pato", explica.
Apesar de ter experiência em costura desde os 13 anos, por influência da mãe, a atividade virou a sua fonte de renda há pouco tempo. Funcionária pública aposentada, ela resolveu fazer o curso de Costureiro do Senac após o falecimento da mãe, em 2018. Depois, ainda concluiu os cursos de Modelagem Infantil, Bolsas e Oficina de Reparos. Atualmente, faz o de Modelista. Desde então, o foco do seu trabalho é a confecção de bonecas e bolsas de pano, também anunciadas no Instagram.
"Trabalhei como funcionária pública. Me aposentei para cuidar da minha mãe. Quando ela faleceu, em 2018, procurei o Senac, aí fui fazer o curso. Aprendi a fazer moldes, principalmente, algo que eu realmente queria", disse Márcia.