No aniversário de 2018, Heitor comemorou com os pais e os quatro avós - ARQUIVO PESSOAL
No aniversário de 2018, Heitor comemorou com os pais e os quatro avósARQUIVO PESSOAL
Por O Dia

Eles são protagonistas das nossas melhores lembranças. A comida da avó, as brincadeiras do avô, a permissão para aquelas estripulias que os pais não deixavam fazer. Na quarentena, a contação de histórias da família, os abraços calorosos e o descanso no colo dos nossos velhinhos precisou ser interrompido. Afinal, neste momento, estar longe é zelar pela saúde deles. É a nossa prova de amor.

Mas, mesmo assim, domingo é dia de celebrar a existência dos avós e mostrar presença, apesar do distanciamento. Seja pela internet ou pelo telefone, o 26 de Julho é uma data pra dizer o quanto amamos os nossos queridos de cabelos brancos. E o dia escolhido para esta celebração não podia ser mais adequado: é o dia de Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus Cristo.

Para Heitor, de 8 anos, morador da Barra, a homenagem aos quatro avós - Antonio Carlos, 67, e Vera Lucia, 68; e Luís Sérgio, 61, e Vera Lucia, 58 -, que vivem no interior paulista, vai ser caprichada. Ele é um dos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Inovar Veiga de Almeida, também na Barra, que participaram de um vídeo tocando vários instrumentos musicais e cantando a música "Como é grande o meu amor por você", de Roberto Carlos.

Mãe de Heitor, que toca flauta na apresentação, a consultora de marketing digital Laisa Pereira, de 35 anos, acredita que a surpresa será emocionante. "Quando eu vi já fiquei 'chorandinha', imagina eles. Minha mãe sempre foi muito fã do Roberto Carlos, então juntar ele com o Heitor vai ser maravilhoso. Acho que ela vai chorar muito", diz.

Ela conta que durante a pandemia, as visitas de Heitor precisaram ser interrompidas. Mas eles continuam se comunicando semanalmente por videochamadas ou pelo WhatsApp. "Heitor passava as férias todas lá, então na prática ficava quase três meses por ano. Teríamos feito a festa de aniversário dele lá, na Páscoa. Mas vamos precisar esperar um pouco mais", lamenta a Laisa.

A diretora pedagógica do colégio, Luinha Magaldi, reforça que a iniciativa tem como missão, além de afagar os vovôs e vovós, resgatar as relações e a união familiar. "Ainda mais atualmente que muitos avós ajudam os pais na criação e estão muito presentes na vida dessas crianças. Então essa homenagem é mais um momento de a gente reconhecer esse lugar e também de como é bacana essa relação para conhecer a história da família e gerar sensação de pertencimento", acredita.

Contadora de 'causos'

Para a DJ Laura Atalla, do Recreio, uma das coisas que mais fazem falta na quarentena é ouvir as histórias da avó paterna Laís, de 87 anos, que mora em Niterói. "Minha vó é extremamente intuitiva. Entre os mil casos que ela conta em uma tarde de domingo, as histórias sobre os próprios sonhos são espetaculares. Eu tenho tatuada na pele a palavra 'intuição'. A nossa comunicação com o 'espiritual' parece ser diferente. É louco!", filosofa a jovem de 25 anos.

Na pandemia, os encontros foram suspensos, por razões óbvias. "Não dá pra arriscar nesse período trágico que estamos vivendo, né? Então, infelizmente, estamos afastadas. Sinto muitas saudades dos almoços em família aos fins de semana e principalmente da mousse de chocolate que ela faz especialmente pra mim! Ela sabe que eu amo!", garante Laura, que lamenta a perda dos outros avós.

"Meu avô paterno em meus avós maternos já não estão mais aqui, mas fizeram parte da minha infância e guardo eles em mim como uma parte linda da minha história". Para matar a saudade da vovó Laís, a DJ apela para as mensagens. "É o jeito. Minha vó é muito moderna, ela sabe mexer no WhatsApp, curte e comenta meus posts no Instagram. É muito engraçado e fofo também".

Segunda mãe

Quem não tem a memória afetiva do cheiro do bolo da vovó? A ex-BBB Gyselle Soares, que se divide entre Teresina e Barra da Tijuca, com certeza tem. Neta de dona Lourdes, de 80 anos, que vive no Piauí, ela revela: "Sou apaixonada pela minha avó, que é boleira. Como minha mãe trabalhava muito, morei durante três anos da minha infância com ela, que considero minha segunda mãe".

Quando a atriz foi morar em Paris, nem a distância separava as duas. "Ligava sempre, costume que tenho até hoje, e mandava presentes, como perfumes e as minhas matérias que saíam nas revistas de lá. Minha avó sempre assiste todos os meus trabalhos. Ela trabalha até hoje, na loja dela, que vende pasteis e bolos, e se chama 'Cajuína', em minha homenagem, já que esse foi o apelido carinhoso que ganhei do apresentador Pedro Bial, na época do BBB", conta Gyselle.

Sim, eles merecem presentes!
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O Dia dos Avós será a primeira data comemorativa após a flexibilização e a reabertura do comércio de rua. Para analisar a intenção dos consumidores de presentear seus avós, o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) foi a campo verificar quantos fluminenses estão dispostos a comprar presentes, quais serão os produtos preferidos e qual será o gasto médio. A sondagem ocorreu entre os dias 13 e 15 de julho e contou com a participação de 414 consumidores do estado do Rio de Janeiro.
O levantamento mostrou que cerca de 6 milhões de fluminenses devem presentear seus vovôs e vovós, tendo como gasto médio R$ 113,90. Na lista de presentes, a liderança é da cesta de café da manhã (18,1%), seguido por flores (9,4%), smartphones e tablet (6,5%), perfumes e cosméticos (5,6%), roupas (4,3%), livros (3,4%) porta-retratos (3,4%), calçados, bolsas e acessórios (2,7%) e joias e bijuterias (0,7%). A estimativa é que a data movimente aproximadamente R$ 718 milhões na economia do estado.
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