Hospital de campanha do Maracanã - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Hospital de campanha do MaracanãEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por iG
Rio - O governo do Rio de Janeiro contratou leitos para hospitais de campanha estaduais até 90% mais caros que os contratados pela rede particular. Cada leito de campanha, inaugurado especialmente para covid-19, teve custo médio de R$ 581 mil, enquanto os dois hospitais de campanha financiados e construídos pela Rede D'Or em parceria com empresas tiveram custo médio de R$ 305 mil por unidade, segundo levantamento feito pelo UOL.
Os hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo, inclusive, tiveram suas atividades suspensas pelo governador Wilson Witzel (PSC) no último dia 17. As duas unidades foram as únicas a ser entregues, das 7 previstas inicialmente.
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O investimento do governo fluminense foi de R$ 256 milhões para construção e gestão de sete unidades de campanha —além dos dois hospitais que saíram do papel, três não têm previsão de inauguração e outros dois foram abandonados na fase de obras.
O Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) foi o escolhido para construir e fazer a gestão dos hospitais. Cada leito tem um custo médio de R$ 581 mil, que inclui equipamentos, insumos, profissionais de saúde e a própria construção das estruturas. A maior parte, no entanto, não foi entregue.
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Com 400 leitos somados, os dois hospitais de campanha financiados e construídos pela Rede D'Or em parceria com empresas custaram R$ 122 milhões — um custo médio de R$ 305 mil por leito. Os valores consideram a construção, compra de equipamentos e insumos, além da administração de toda a estrutura e das folhas de pagamento. Esses leitos passaram a integrar o SISReg (Sistema de Regulação) do município e foram colocados à disposição dos pacientes de covid-19 por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).
Além do atraso na entrega dos hospitais, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) é investigada pelo Ministério Público (estadual e federal) por fraudes em contratos da Saúde e possível favorecimento de empresários durante a pandemia. Na quinta-feira (23), o Iabas foi alvo de operação do MP-RJ e da Polícia Civil por suspeita de fraudes na prestação de serviços na área da Saúde do município.