A diversão virtual faz cada vez mais sucesso entre jovens em todo o mundo, mas muitas vezes as pessoas com deficiência não conseguem ter uma experiência completa. Na unidade da Barra da Tijuca da Universidade Veiga de Almeida (UVA), porém, alunos do primeiro período do curso Jogos Digitais desenvolveram dois games dedicados exclusivamente para deficientes auditivos ou visuais. Entretenimento e inclusão numa tacada só.
Quem liderou os alunos nessa empreitada foi o professor Thiago Gabriel, que leciona a disciplina Desenvolvimento de Jogos 2D. Ele destaca que, além da diversão, os jogos cumprem uma importante função educacional. Algumas particularidades das deficiências auditivas - condutiva, sensório-neural, mista e central -, foram levadas em consideração na produção das fases do game.
"No jogo para deficientes auditivos, o jogador é capaz de aprender uma partitura e reproduzir músicas mesmo sem conseguir ouvir. Já no jogo para os deficientes visuais, o participante vivencia uma experiência divertida e imersiva, por meio de recursos auditivos que estimulam a imaginação. Essas ferramentas ampliam as capacidades de localização e lateralização sonora, que são importantes para o aprimoramento da locomoção intuitiva", explica Thiago.
Um dos estudantes envolvidos no projeto, o estudante Igor Leonardo, de 24 anos, dá um bom exemplo de como o jogo foi desenvolvido a partir de muita pesquisa. Além da parte acadêmica, ele também conversou com potenciais usuários e fez até exercícios de aprendizagem para surdos. Um trabalho árduo, mas prazeroso.
"Foi maravilhoso e ao mesmo tempo difícil. Para pensar numa mecânica de jogo que pudesse entreter e educar, foi preciso nos colocar no lugar de uma pessoa com deficiência e entender todas as suas dificuldades", disse o estudante, morador do Camorim.
Já Antonio Carlos Rodrigues, de Campo Grande, fez uma pesquisa profunda sobre o universo dos deficientes visuais e suas variações - apenas um olho, cegueira parcial, total e pouca perda de visão. Tudo para elaborar um jogo que usasse integralmente o estímulo auditivo e possibilitasse aos cegos uma boa experiência no universo dos jogos digitais.
"Durante meu processo de estudo, observei que muitos cegos se sentem tristes ao jogar por não terem a mesma experiência que uma pessoa não deficiente. Nossa prioridade, portanto, era fazer com que ele não sentisse essa diferença", explica Antonio, de 20 anos.
Os jogos são desenvolvidos para públicos de todas as idades, mas com foco especial na faixa etária de 6 a 18 anos. Para saber como acessá-los, é só entrar em contato com o email comunicacaoinstitucional@uva.br.
De acordo com a SuperData, os jogos digitais geraram receita de 109 bilhões de dólares em 2019. Já em 2020, a consultoria Newzoo prevê que um faturamento de 159 bilhões de dólares.
Outro efeito da quarentena foi o aumento no preço dos videogames, que está entre os produtos que mais encareceram. O preço médio dos consoles, que era R$ 1.546,12 antes da pandemia, subiu para R$ 2.040,04 em maio - aumento de 32%. Os dados são de um levantamento da plataforma Zoom.