Elisângela de Sá, dona do salão Maison de Elis, no Shopping Barra Square - Alexandre dos Santos
Elisângela de Sá, dona do salão Maison de Elis, no Shopping Barra SquareAlexandre dos Santos
Por O Dia

Contra tudo e contra todos. A luta de Elisângela de Sá Monseres, de 48 anos, para atingir seus objetivos profissionais foi árdua e cheia de obstáculos, mas há cinco anos ela faz sucesso com o salão de beleza Maison Elis de Sá (Instagram @maisonelisdesa), no segundo andar do Shopping Barra Square, onde oferece serviços de escovas redutoras de volume, colocação de mega hair (com queratina, ponto americano ou fita adesiva), mechas, alisamentos, confecção de perucas, fitas adesivas, tic-tacs e aluguel de apliques.

Mulher negra e criada na Baixada Fluminense, Elis precisou superar também o preconceito para crescer na carreira. Até para conseguir aluguel era difícil, mesmo com dinheiro e tudo mais que era necessário. "Era o meu marido que tinha que fechar os contratos de locação para mim. Era muito ruim não conseguir fazer uma locação pelo fato de ser uma mulher nova e negra. Isso me deu mais garra para lutar contra o preconceito", explica.

E o talento de Elis, que deu os primeiros passos no ramo aos nove anos de idade e se formou em Estética, Cosméticos e Imagem Pessoal aos 19, conquistou a região, alcançando clientes ilustres. Especializada em mega hair, ela atraiu cantoras como Juliana Diniz e Andressa Hayala e atores e atrizes como Yoná Magalhães, Marília Pera, Maria Flor, Humberto Martins e Selton Mello. A empresária Juliana Palmer, que conheceu o salão durante a pandemia, já se apaixonou pelo novo visual.

"Eu vi o trabalho da Elis nas redes sociais e gostei muito. Queria um visual chique, algo que combinasse comigo e fosse natural. Eu saí maravilhada das mãos da Elis, fiquei feliz com o resultado e com o atendimento, até frios com champagne ela me ofereceu. Um luxo!", conta Juliana.

Já a maquiadora e modelo plus size, Cinthia Silva, de 43 anos, conheceu Elis como cliente e, também em meio à quarentena, ficou encantada com o trabalho da cabeleireira. "Estava sem trabalhar, super depressiva, autoestima no pé, sem meu mega hair... Assim que começou a flexibilização, pedi que me atendesse. Com todos os cuidados necessários, fez um trabalho incrível no meu cabelo e na minha autoestima", comemora Cinthia.

 

Cabelinhos do Bem: exemplo de sororidade
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Mesmo com o sucesso do salão, Elis não parou por aí. Especializada em mega hair, ela decidiu também iniciar o projeto Cabelinhos do Bem, em que usa seu talento para ajudar mulheres com câncer a recuperar a autoestima e até a aprenderem a aplicar a técnica. Tudo de graça. Um belo exemplo do que é sororidade.
"A princípio, a aplicação seria em uma pessoa por mês, com o cabelo doado por mim. Hoje, conseguimos mais doadoras e aplicamos (Elis e mais três voluntárias) o mega hair em cinco mulheres por semana", conta a cabeleireira, que suspendeu as atividades do projeto durante a pandemia da covid-19.
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"Aí observei também que muitas delas tinham necessidade de receber alimentos. São mulheres humildes que muitas vezes ficam fora do mercado de trabalho. Comecei fazendo campanha de doação de cestas básicas com amigos e, hoje, também ensino elas a aplicar o mega hair. É o que posso proporcionar de mão de obra para elas", completou. 
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