Praça Mario Lago, ou Buraco do Lume: tentativa de alteração nas regras de construção no local - Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Praça Mario Lago, ou Buraco do Lume: tentativa de alteração nas regras de construção no localRicardo Cassiano/Agencia O Dia
Por O Dia

A Prefeitura do Rio quer acabar com o Buraco do Lume, no Centro, que hoje se chama Largo Mário Lago. Em uma das emendas do PLC 174/2020, projeto de lei que flexibiliza as regras urbanísticas da cidade, foi ocultado o artigo que autorizava a realização de construções na região.

Esta não é a primeira vez que o prefeito Marcelo Crivella tenta alterar as regras de construção no Buraco do Lume. Em setembro do ano passado, Crivella quis restaurar os parâmetros urbanísticos para construir prédios de 20 andares ou mais na praça de 2,5 mil metros quadrados. Entretanto, na época, a ideia não foi bem vista pelos especialistas, que afirmaram que o Centro possui inúmeras salas vazias e também porque esta medida vai na contramão de adensar a Zona Portuária, estratégia que foi adotada pela própria Prefeitura.

Segundo o coordenador da Comissão de Política Urbana do CAU/RJ, Lucas Faulhaber, esta tentativa de 2019 está diretamente relacionada a este episódio. "O texto da lei que foi apresentado no ano passado é exatamente o mesmo texto que foi aprovado no PLC 174", disse o coordenador. Lucas afirmou ainda que ter 'escondido' o artigo do Buraco do Lume pegou muito mal. "Ficou claro que foi colocada uma emenda sem relação nenhuma com o projeto. Ela expressa muito bem o projeto, que é tratar a cidade como um retalho".

Na sessão virtual desta quinta-feira, o vereador Babá (PSOL) comparou este acontecimento com a reunião ministerial do dia 22 de abril, na qual o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles falou em 'passar a boiada'. "Passaram uma boiada urbanística na cidade do Rio de Janeiro. Este artigo foi feito para ser aprovado sob o comando dos grandes empresários da construção civil", afirmou o vereador.

Em nota, a Prefeitura do Rio garantiu que "a Praça Mário Lago (Buraco do Lume) será preservada e valorizada". Além disso, afirmou que "o que o projeto 174/2020 muda é apenas a questão de a construção ser destinada, exclusivamente, a um equipamento cultural".

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