A disputa por passageiros que já era grande e promete aumentar se a inclusão de taxistas no Uber chegar ao Rio, depois de São Paulo - Reginaldo Pimenta
A disputa por passageiros que já era grande e promete aumentar se a inclusão de taxistas no Uber chegar ao Rio, depois de São PauloReginaldo Pimenta
Por O Dia

Se os ânimos entre motoristas de táxi e de aplicativos já não eram nada amistosos, agora, então, poderão ficar ainda mais exaltados. A decisão da Uber de aderir taxistas à plataforma reacendeu uma briga antiga entre as duas categorias, que trabalham diariamente nas ruas. São Paulo será a primeira cidade do Brasil escolhida para ofertar a nova opção de viagem, que passa a valer a partir da próxima semana. No Rio, apesar de ainda não ter uma data definida para começar a valer, a modalidade divide opiniões.

Há mais de 15 anos na praça, o taxista Aguimel Santos Menezes, 52 anos, acredita que medida não será bem aceita pela categoria. "Muitos taxistas, assim como eu, começaram na praça porque precisavam de uma direção de trabalho. Eu comecei trabalhando para o meu irmão, mesmo assim, foram anos pagando diária até conquistar minha autonomia. A Uber não teve essa luta, chegou e se apossou. Eu não vou aceitar essa plataforma, acredito que muitos colegas também não", adiantou.

O Sindicato dos Taxistas Autônomos do Município do Rio de Janeiro (STAMRJ) repudiou a ação, chamando o aplicativo de algo "maldito" que tenta acabar com a categoria de taxistas na praça do Rio. Em nota, a categoria informou que "eles (aplicativos) querem o mercado todo, querem as empresas que trabalham somente com táxis. Não se pode esquecer a experiência negativa com a 99, que coloca nas chamadas os carros particulares junto aos táxis, manipulam valores, elevando os nossos bem acima do que realmente é, induzindo aos clientes a usarem os carros particulares, deixando para os taxistas apenas o resto".

Um taxista que não quis se identificar explicou que é preciso que a categoria se adapte à nova realidade, principalmente por conta do atual cenário de crise financeira devido a pandemia. "Eu preciso pagar minhas contas, não sei se isso será o mais correto, mas é o que vai ajudar a pagar minhas contas. As taxas são diferentes e, por isso, é preciso analisar antes de fazer um julgamento", disse.

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