14º BPM (Bangu) - Reprodução/Twitter
14º BPM (Bangu)Reprodução/Twitter
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu, nesta segunda-feira, a denúncia contra três policiais militares do 14º BPM (Bangu) que, em setembro de 2005, teriam assassinado dois jovens na comunidade Favela do Sapo, em Senador Camará, Bangu. De acordo com a denúncia, a análise técnico-pericial do médico perito do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ) demonstrou que, durante operação realizada no local, Eduardo Gonçalves dos Santos, Geise Daniel Candido e Diego Senna Aiade realizaram disparos a curta distância contra Paulo Roberto Tavares da Silva e Jorge Luis da Silva, caracterizando a execução das vítimas.

A acusação descreve que o adolescente Jorge Luiz, de 16 anos à época, foi alvejado diversas vezes durante a operação, sendo certo que três das cinco lesões sofridas por ele apresentavam compatibilidade com tiros efetuados à queima-roupa, de acordo com a perícia do Instituto Médico Legal. Em relação a Paulo Roberto, que tinha 21 anos, ao menos uma lesão na região torácica direita caracterizou disparo a curta distância, sendo apurado que os crimes foram cometidos mediante recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

Ao receber a denúncia, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira determinou que os policiais compareçam mensalmente ao Juízo para informar e justificar suas atividades, proibindo-os de manter contato com parentes das vítimas e eventuais testemunhas, mantendo distância superior a 500 metros delas. Em sua decisão, o magistrado afirmou que a denúncia "expôs com clareza os fatos criminosos e todas as suas circunstâncias", e que, no que diz respeito aos indícios mínimos de autoria dos crimes, os mesmos foram verificados através das declarações de testemunhas em sede policial.