Sumiço ou redução de frota das cerca de 128 linhas de ônibus dentro da capital fluminense prejudicam usuários - Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Sumiço ou redução de frota das cerca de 128 linhas de ônibus dentro da capital fluminense prejudicam usuáriosReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Anderson Justino

Pelo menos duas vezes por semana, a dona de casa Rosane Cortes de Freitas precisa sair de Ramos para ir à sessão de fisioterapia na Penha, bairros do subúrbio carioca. Um trajeto simples, mas que se tornou uma via crucis, por conta da falta de transporte público.

Segundo ela, há pelo menos um ano os ônibus da linha 928, que fazia o itinerário Ramos-Marechal Hermes, essencial para ela, desapareceu do bairro. Apesar do tempo, a placa ainda fixada em um poste de energia mostra o ponto final na Avenida Teixeira de Freitas. O sumiço da linha deixou centenas de pessoas abandonadas.

"Era uma linha que tinha uma boa movimentação de passageiros. Eu apenas descia de casa, pegava o transporte e seguia meu destino. Agora, tenho que caminhar por cerca de um quilômetro para conseguir outra condução. Só quem depende do transporte público sabe o que sofremos".

De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, em pouco mais de um mês, o canal direto da pasta com a população recebeu reclamação contra pelo menos 128 linhas, por inoperância e frotas reduzidas. O número de serviços denunciados corresponde a 18% do total de linhas cadastradas na secretaria.

Ação governamental

O especialista em mobilidade urbana Alexandre Rojas explica que o problema no transporte público na capital não é algo recente.

"É originário de um descompasso entre os custos das empresas de ônibus e os serviços prestados. Houve aumento de insumos, como combustível e salários de motoristas, mas esses custos não foram repassados para as tarifas. As empresas de ônibus já estavam deficitárias, mas com a pandemia a situação se agravou. O que acontece hoje é que a prefeitura não fiscaliza e as empresas não prestam um bom serviço, é um pacto da incompetência. A única alternativa é uma ação governamental, de alguma forma para corrigir isso, da mesma forma que houve para as empresas de aviação", explica.  

Em nota, a Rio Ônibus responsabilizou a crise do setor, agravada pela pandemia, e voltou a bater nas mesmas teclas, reclamando de gratuidades e congelamento de tarifas, e sugerindo a "repactuação de um modelo de gestão e operação". "Em caráter urgente e emergencial, é imprescindível minimizar o desequilíbrio econômico-financeiro que atinge o setor na capital fluminense".

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