Presidente do Ibape diz que é preciso que haja vistorias imediatas - Agência Brasil
Presidente do Ibape diz que é preciso que haja vistorias imediatasAgência Brasil
Por RENAN SCHUINDT
O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-RJ) pretende entregar até a próxima semana ao Ministério de Infraestrutura um ofício alertando para a necessidade de se realizar vistorias imediatas nos portos de Rio, Recife e Santos. Segundo o instituto, a explosão ocorrida em Beirute, no Líbano, acendeu um alerta para os perigos escondidos em armazéns portuários de todo o país. Estocagens improvisadas aliadas à evolução de materiais que carecem cada vez mais de estruturas específicas, podem estar representando grandes riscos para trabalhadores e moradores do entorno.

O alerta foi feito pelo presidente do Ipabe-RJ, Tercio Cesar de Queiroz Filho, durante a reunião mensal do Conselho Diretor do instituto, ocorrida na última quarta-feira. Além do Rio, o engenheiro incluiu os portos de Recife e Santos na lista daqueles que deveriam passar por fiscalização. “Tivemos muitas mudanças num período curto. Novos produtos, novos materiais, alta demanda. Essa velocidade não foi absolvida, não foi acompanhada adequadamente pelos aparatos e procedimentos de estocagem nos nossos armazéns”, afirmou Queiroz, ao DIA.

Para o especialista, a pandemia causada pelo novo coronavírus pode ter agravado ainda mais a situação. “É preciso haver vistorias imediatas. Já são muitos meses com atividades paradas. Há casos em que só temos a presença dos vigias, que são pessoas sem qualquer conhecimento técnico de armazenagem, por exemplo. Não sabemos o que está sendo estocado, nem como. Isso é muito importante, não só pelos materiais, mas pela proximidade entre eles”, diz o presidente do Ibape-RJ.
RESPOSTA DA DOCAS
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Em nota, a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) informou que "não há estocagem de material explosivo em nenhum de seus portos (Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis)". E que "todas as cargas perigosas são classificadas pela área de Segurança do Trabalho da CDRJ antes de entrarem no porto". A companhia esclareceu ainda que para as cargas classificadas como explosivas, é autorizado somente o embarque e o desembarque direto, bem como a entrada e a saída imediata do porto. "Desta forma, as cargas explosivas ficam no porto somente o tempo necessário para a movimentação da carga (operações de embarque e desembarque)", frisou a CDRJ.
Procurado, o Ministério de Infraestrutura não retornou até o fechamento da matéria.