Escola infantil de Madureira, na Zona Norte, precisou fechar as portas mais uma vez, após desembargador proibir aulas presenciais
 - Ricardo Cassiano
Escola infantil de Madureira, na Zona Norte, precisou fechar as portas mais uma vez, após desembargador proibir aulas presenciais Ricardo Cassiano
Por Lucas Cardoso e Maria Clara

Edcleide Ribeiro Torres, de 31 anos, arrumava o filho, Isaías Ribeiro, de 9 anos, para ir à escola quando recebeu a notícia de que a instituição não abriria, ontem. A mãe é uma das muitas que precisou se desdobrar para descobrir como lidar com o fechamento das unidades particulares, após decreto estadual reverter permissão dada pela Vigilância Sanitária do município, que autorizava a abertura das unidades na última segunda-feira.

Ontem, uma decisão da Justiça do Rio proibiu a prefeitura de expedir qualquer outro ato administrativo para promover o retorno das atividades educacionais presenciais na rede privada. Além de proibir a retomada das escolas em todo território estadual, suspendeu também o decreto municipal que permitia o retorno facultativo das instituições particulares. A determinação do desembargador Peterson Barroso Simão, da 3ª Câmara Cível, garante ainda a aplicação de multa de R$ 10 mil por dia caso o município desobedeça a ordem.

"É um absurdo isso que estão fazendo. Nós pagamos a mensalidade dele e a escola se preparou para receber com segurança todos os alunos. Não tem sido fácil o regime online. As professoras e a escola têm um papel fundamental na educação do meu filho, que eu não tenho condição de suprir", comenta Edcleide.

A situação é a mesma da autônoma Jéssica Vieira, que recebeu a notícia ao chegar ao local com sua filha, Mirella Vieira, de 9 anos. "Muitos me criticaram por querer trazê-la, mas as pessoas não sabem da dificuldade de manter o estudo online. Ela queria vir para a escola e aqui ela estava segura por tudo que vi", explica a moradora de Madureira.

Para a diretora da escola particular Jardim Escola Tia Paula, Paula Pinna, a decisão deixa a situação das escolas privadas ainda mais indefinida e confusa. A unidade administrada por ela é uma das poucas na cidade que decidiu abrir as portas na última segunda-feira, após a prefeitura divulgar permissão da Vigilância Sanitária.

"Eles orientaram e nós, prontamente, fomos lá e fizemos. Adiaram três vezes esse retorno e agora passamos por isso de novo", conta Paula.

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