Fornecedores de hospitais de campanha vão à Justiça
Empresários cobram dívida de R$ 25 milhões em contratos firmados com a OS Iabas
Fornecedores de equipamentos para hospitais de campanha na porta da Fundação SaúdeDIvulgação
Por Bernardo Costa
Os empresários que forneceram materiais para a construção dos hospitais de campanha do Rio pretendem entrar na Justiça para cobrar os pagamentos atrasados nos contratos firmados com a OS Iabas a partir de março, para montagem, locação de equipamentos, logística e desmontagem das estruturas. Eles afirmam que os pagamentos não acontecem desde maio e que o valor total devido é de cerca de R$ 25 milhões.
Ontem, os fornecedores estiveram na sede da Fundação Saúde que, no dia 2 de junho, interviu nos contratos firmados com o Iabas, para cobrar explicações quanto ao pagamento. Porém, segundo o advogado que representa o grupo, Álvaro Borgerth, a Fundação Saúde manteve o posicionamento de que a responsabilidade pelas dívidas é do Iabas. Já o Iabas afirma que, após a intervenção, a responsabilidade é da Fundação Saúde.
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"Não nos resta outra opção a não ser entrar com processo na Justiça, pois o jogo de empurra permanece. Se não fosse o empenho dos fornecedores, esses hospitais não teriam sido erguidos. Agora, eles estão sendo deixados de lado, e sem condições financeiras de manterem suas empresas ativas e de arcar com os salários de seus funcionários", disse Borgerth, na saída da reunião.
A direção da Fundação Saúde informou, em nota, "que não convocou fornecedores ou seus representantes jurídicos para reunião. Enquanto interventora, a instituição tem conversado rotineiramente com fornecedores de serviços essenciais das unidades, a fim de manter o funcionamento, conforme decisão judicial", destacou, complementando:
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"O desmonte das estruturas estava previsto no contrato com a OS Iabas, para o qual já foram destinados R$ 256 milhões. O contrato está judicializado. Apenas uma auditoria judicial no contrato poderá determinar se a OS ainda tem algo a receber".