Por Letícia Moura*

Com salários atrasados há dois meses, funcionárias grávidas do Hospital Adão Pereira Nunes (HEAPN), em Saracuruna, na Baixada Fluminense, denunciaram uma demissão em massa na última semana. Por lei, gestantes não podem ser demitidas sem justa causa. Segundo uma trabalhadora, que preferiu não se identificar, ela recebeu a ligação de uma representante da unidade de Saúde, para comunicar que ela não precisava mais comparecer ao trabalho. Além das gestantes, outros funcionários também foram desligados em grande escala e sem aviso prévio. Os trabalhadores informaram que cerca de 150 pessoas foram mandadas embora.

De acordo com os funcionários, as novas contratações estão sendo feitas sob interesse político. "O pessoal não faz nem a prova admissional e entra no nosso lugar".

"Tentaram me comunicar por telefone, mas não conseguiram. Então, quando cheguei para o plantão, eles informaram que já tinham me desligado. Eu só descobri porque não consegui passar a minha biometria", explicou um enfermeiro.

Vínculo com o Iabas
Em nota, a Prefeitura de Caxias informou que desde que assumiu o hospital deu início a um levantamento da real necessidade de pessoal na unidade. Sobre a dispensa de grávidas, informou que "esses profissionais não têm vínculo empregatício com a prefeitura, mas sim com o Iabas".

Sobre os salários atrasados, a Prefeitura de Caxias informou, também, que "deu início ontem ao pagamento dos funcionários do Hospital de Saracuruna, referente ao período de 16/07 a 31/07. Estão recebendo o pagamento 893 funcionários que disponibilizaram conta-corrente para depósito, totalizando o valor de R$ 1.438.729,81. A partir de amanhã, a prefeitura começa a pagar os demais funcionários".

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que "repassou, na última quinta-feira, ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), a verba para o pagamento dos salários de junho dos funcionários do Hospital Adão Pereira Nunes (HEAPN) diretamente na conta dos trabalhadores, sem passar pela conta da organização social Iabas. Os pagamentos serão realizados via Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Soluções de Disputas (Cejusc), do TRT da 1ª Região".

*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro 

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