A ONG Rio de Paz protestou ontem na Praia de Copacabana em homenagem aos mortos da pandemia - fotos Reginaldo Pimenta
A ONG Rio de Paz protestou ontem na Praia de Copacabana em homenagem aos mortos da pandemiafotos Reginaldo Pimenta
Por RENAN SCHUINDT

O Brasil ultrapassou ontem a triste marca das 100 mil mortes por covid-19. É o segundo colocado no ranking dos países que tiveram o maior número de óbitos pelo novo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos — já contabilizamos quase três milhões de casos confirmados da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, são 100.477 vítimas fatais e 3.012.412 pessoas infectadas. E cerca de 15% dos mortos se concentram no Estado do Rio.

Não à toa, um protesto foi realizado ontem pela ONG Rio de Paz, que atraiu as atenções de quem passava pelas areias da Praia de Copacabana, na Zona Sul. O ato, que fincou cruzes pretas ornamentadas com balões vermelhos, lembrou as vítimas no Estado do Rio e cobrou respostas do poder público.

Um cartaz de quatro metros, esticado próximo ao calçadão, trazia o número emblemático de 100 mil vidas e questionava o motivo de ostentarmos a segunda posição no número de mortes. Coordenador da ONG, Antônio Carlos Costa, foi sucinto. "Dar uma resposta racional, isenta e honesta é algo que depende das transformações pelas quais o Brasil precisa passar, a fim de vivermos um país na qual a vida humana seja respeitada", disse.

O protesto teve início às 6h e seguiu até às 11h, quando os mil balões foram soltos no ar. Parentes que perderam filhos, pais, mães e amigos para a covid-19 também participaram do ato. E, enquanto as vítimas eram homenageadas, muitos banhistas pareciam não se importar e insistiam em permanecer nas areias da praia, o que continua proibido pelo decreto da prefeitura.

O ato aconteceu um dia após o presidente Jair Bolsonaro mais uma vez fazer pronunciamento fora da realidade. Ele gerou polêmica ao sugerir que o brasileiro "tocasse a vida", mesmo diante do alto índice de mortes. A fala presidencial fez o ex-ministro Sérgio Moro se manifestar nas redes sociais. "Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a covid-19. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança", publicou no Twitter.

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