Hospital Universitário da UFRJ, no Fundão, já estaria registrando maior procura de pacientes com covid-19, nas últimas duas semanas - Armando Paiva
Hospital Universitário da UFRJ, no Fundão, já estaria registrando maior procura de pacientes com covid-19, nas últimas duas semanasArmando Paiva
Por Lucas Cardoso e Letícia Moura*

A emergência de hospitais, primeiro local a sentir as variações de casos de covid-19, começam a ligar novamente o sinal de alerta: o número de internações, no Município do Rio, estaria subindo nas últimas duas semanas, segundo relato de profissionais da Saúde. Porém, tanto o governo do estado, quanto a Fiocruz e também especialistas apostam na estabilização com ligeira tendência de queda de casos e óbitos.

De acordo com dados revelados, ontem, pela Secretaria Estadual de Saúde, desde o pico da pandemia, na primeira quinzena de maio, o estado registrou uma redução de 82,5% no número de novos óbitos diários por coronavírus. O dado compara as semanas epidemiológicas (SE) 19 e 20, referentes ao período de 3 a 16 de maio, com as SE mais recentes, de número 29 e 30, entre os dias 12 e 25 de julho.

Ainda segundo a pasta, enquanto há três meses ocorreram, em média, 258 mortes por dia, decorrentes da covid-19, em julho foram 45 óbitos por dia, como indica a plataforma estadual Painel Coronavírus.

Embora neste momento os números apontem a tendência de queda, a percepção dos profissionais da Saúde é de que o movimento de pacientes com suspeita da doença nas unidades hospitalares tem crescido, principalmente nas últimas duas semanas. De acordo com o diretor-médico do Hospital do Fundão, Alberto Chebabo, esse crescimento já é reflexo da flexibilização das medidas restritivas.

"Percebemos muitos pacientes com sintomas leves de síndromes gripais procurando as unidades de saúde. Todos preocupados em verificar se estão bem. Isso certamente aumenta o atendimento dentro das Clínicas da Família e emergências", disse Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos (SinMed-Rio).

A taxa de ocupação dos leitos de Unidade da Tratamento Intensivo e de enfermaria da rede pública estadual confirmam a percepção do presidente do SinMed-Rio. Segundo o levantamento, a ocupação dos leitos de enfermaria subiu de 16% para 43% do dia 31 de julho até ontem. Já no caso dos leitos de UTI, o mesmo período registrou alta de 46% para 52%.

 

Fiocruz: ligeira tendência de queda
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Um relatório da Fiocruz aponta que o Estado do Rio apresenta manutenção da pandemia em níveis ainda críticos, no período entre 26 de julho e 8 de agosto. Entretanto, ainda segundo o estudo, já estaria registrando ligeira tendência de queda no número de casos e óbitos por covid-19.

O professor e pesquisador da Fiocruz Daniel Soranz é mais enfático: "A cidade do Rio já chegou a ter 3.600 pacientes internados por covid, simultaneamente. Hoje, temos 818 pessoas internadas. Desde o dia 14 de maio, o número de internações vem caindo".

O presidente do SinMed-Rio, Alexandre Telles, acha precoce falar em segunda onda de covid, mas acredita que o aumento do movimento nas emergências indica que a flexibilização pode estar ajudando a manter a média de casos.
*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro
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