Portas fechadas, ontem: redes de cinema em toda a cidade optaram por não reabrir até que a prefeitura anunciasse início da Fase 6 - Agência O Dia
Portas fechadas, ontem: redes de cinema em toda a cidade optaram por não reabrir até que a prefeitura anunciasse início da Fase 6Agência O Dia
Por Lucas França*

Apesar de a Prefeitura do Rio ter divulgado no sábado que a Fase 6 do plano de retomada das atividades avançaria; o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou ontem, no fim da tarde, que a permanência da cidade na Fase 5 se estenderia por mais 15 dias. Com isso, a reabertura de cinemas, teatros e casas de eventos na cidade foi adiada. Na prática, as salas de entretenimento não tinham comprado a ideia de reabrir logo. Numa ronda pela cidade, e também por aplicativos de compra de ingressos, a reportagem de O Dia só encontrou portas fechadas. Segundo representantes de cinemas, todos aguardavam a decisão final do município. 

De acordo com a prefeitura, dos sete indicadores que sinalizam possíveis avanços na abertura, como ocupação dos leitos e casos de infecção, seis estão favoráveis. Mas o fator decisivo para o adiamento da sexta e última fase foi o índice de Síndrome Gripal, que aumenta há duas apurações seguidas (conforme O Dia divulgou ontem).

A expectativa é que nas próximas semanas os indicadores continuem sob avaliação, para que o avanço possa ser determinado. Além disso, aberturas da Fase 5, como pontos turísticos e pequenos eventos só voltaram a ser realizados na semana passada, e demandam mais tempo de observação.

"Mesmo com essas variáveis, o comitê optou por promover a vigência da Fase 5 por mais 15 dias, para observar o comportamento dessas atividades", disse o superintendente de Projetos da Vigilância Sanitária, Flávio Graça.

A decisão não foi bem recebida pela categoria. Gilberto Leal, presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Estado do Rio, afirma que as salas de cinema têm protocolo seguro para reabrir, desde a compra dos ingressos até o consumo de pipoca e outros alimentos:

"As pessoas também precisam de cultura, entretenimento. Os bares abrem e você vê o que está acontecendo. Nos cinemas você tem certeza que só vai entrar um número específico de pessoas, que o distanciamento de dois metros vai ser respeitado e o lugar marcado dá segurança também. Você tem controle total. Por que não podemos funcionar? Nós queremos abrir no dia 27 de agosto, entendemos que já é possível", defende.

Receio popular

O estudante de Publicidade e Propaganda Vinícius Agrícola, de 21 anos, tinha os cinemas como locais presentes em sua rotina. Agora, depois de ter se recuperado de uma infecção pelo novo coronavírus, a paixão pelas sessões foi deixada de lado em nome da cautela. A principal preocupação de Agrícola é na aglomeração dentro das salas

"O cinema, pra mim, é uma válvula de escape, mas vejo a reabertura como um processo complicado. Este ano, eu não me sujeitaria a ir", afirma o estudante.

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