Por Letícia Moura*
Os pais de alunos do Colégio Pedro II (CPII) pretendem apresentar nos próximos dias ao Ministério Público Federal (MPF) uma representação contra a direção da instituição de ensino. Segundo os responsáveis, desde março, quando as aulas foram suspensas devido à pandemia, a escola não mostrou um plano para implementar aulas remotas. A informação foi dada pelo jornalista Ancelmo Gois.

Em nota, o CPII informou que definiu para setembro o início das atividades acadêmicas não presenciais na Educação Básica, "com foco no apoio emocional e cognitivo dos estudantes". Entretanto, as atividades remotas não poderão ser consideradas para o cômputo de dias letivos.

A instituição ainda informou que desde março "se manifestou contrária à oferta de educação a distância por diversas razões, entre elas a desigualdade de acesso à internet e a dispositivos eletrônicos entre seus estudantes".

O CPII vai subsidiar a aquisição de tablets e pacote de dados, durante cinco meses, para estudantes cujas famílias declararam renda per capita de até um salário mínimo e meio. Com a ajuda, cada família vai receber R$ 560. Há previsão que as inscrições online comecem nesta semana, após publicação do edital.

O CPII, porém, explicou que a ação não é suficiente para a retomada do ano letivo, porque outros problemas persistem. "Como a incompatibilidades dos meios digitais às necessidades pedagógicas que envolvem a educação básica e os problemas estruturais das condições de moradia dos estudantes que impossibilitam o ambiente adequado ao estudo, dentre outros fatores", ressaltou em nota. 
*Estagiária sob supervisão de Bete Nogueira