Bancada do Livro - Divulgação
Bancada do LivroDivulgação
Por Felipe Gavinho*

Uma nova forma de fazer política no Rio vem aí: os mandatos coletivos. Ao contrário do modelo tradicional em que os vereadores medem forças fazendo campanha em uma região ou em um bairro, a candidatura compartilhada parte do princípio do lançamento de um único nome com base na formação de uma chapa coletiva reunindo um conjunto de ideais.

Os mandatos coletivos são uma inovação na representação política. O candidato eleito assume compromisso de compartilhar o poder de decisão com o grupo, permitindo que os componentes participem na definição dos posicionamentos. São pessoas com diferentes conhecimentos, histórias e experiências que assumem, juntas, o compromisso do mandato.

Apesar da legislação eleitoral só permitir o registro de candidaturas individuais, não proíbe lançar mandatos coletivos. Dessa forma, o compartilhamento vira compromisso, baseado na confiança.

Um exemplo de tentativa de mandato coletivo no Rio que vai disputar as eleições este ano é a Bancada do Livro. Ontem, foi o lançamento oficial da pré-candidatura. O coletivo surgiu quando um grupo de escritores, professores, educadores e ativistas se reuniu após o prefeito Marcelo Crivella tentar censurar livros na Bienal, em 2019.

Bianca Lessa, coordenadora da bancada, afirma que o coletivo tem como objetivo principal a Educação e se opõe às outras bancadas, como a da bala e a ruralista, entre outras.

"Estamos na corrida eleitoral para ocupar esse espaço de construção de políticas públicas e fiscalização da execução delas. A opção por um coletivo que tem o livro como bandeira é importante para instrumentalizar a democracia, nesse momento em que vemos tanto obscurantismo", afirma.

Outra candidatura é a da Coletivas. São sete mulheres sem passado político, de diferentes áreas de atuação em uma proposta inovadora na forma e no conteúdo. Entre os pontos em comum, o desejo de mudar o atual cenário predominantemente masculino e branco da política brasileira.

"Há muito tempo me dedico a conquistar o interesse de mulheres pela política, um lugar que não ocupamos por razões históricas, quando nos fizeram acreditar que isso era coisa de homem, e por termos tripla jornada. O atual quadro político e o descrédito da população na política também afastam o interesse. Queremos mudança e apostamos no mandato coletivo de mulheres comuns, mães e trabalhadoras, que corajosamente pretendemos assumir", diz Erian Osório, uma das líderes do movimento.

 

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