O corpo da diretora de escola municipal Katia Vieira foi enterrado na manhã de ontem, no cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio - Reginaldo Pimenta
O corpo da diretora de escola municipal Katia Vieira foi enterrado na manhã de ontem, no cemitério de Irajá, na Zona Norte do RioReginaldo Pimenta
Por O Dia

Nas escolas, o contágio por covid-19 já se tornou um medo presente. Levantamento do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (Sepe) aponta que ao menos quatro unidades estaduais notificaram casos da doença, desde 3 de agosto, data de reabertura para equipes gestoras e de limpeza. O dado preocupante soma-se à intensa mobilização de pais e profissionais da Educação contrários ao retorno das atividades presenciais.

Segundo o Sepe, até agora, foram registrados casos nos colégios estaduais Infante Dom Henrique, em Copacabana; Machado de Assis e Luciano Preste, em Niterói; e Rodolpho Siqueira, em São Gonçalo. Nesta semana, dois funcionários de limpeza terceirizados e uma orientadora pedagógica do Rodolpho Siqueira tiveram suspeita de covid-19, e o quadro da gestora foi confirmado na quinta-feira. Apesar disso, a direção não se posicionou sobre o fechamento da unidade.

"Se em duas ou três semanas do retorno estamos com uma pessoa confirmada com covid e duas pessoas com suspeita, imagina quando tiver a retomada das aulas presenciais", lamenta um funcionário. Segundo ele, cerca de 15 dos 40 professores são do grupo de risco, e a preocupação com a volta é grande.

Em Copacabana, uma funcionária da limpeza testou positivo em 3 de agosto, primeiro dia de reabertura, e a direção decidiu fechar a unidade.

Para a diretora do Sepe, Izabel Costa, a confirmação de casos de covid-19 reforça o "equívoco da reabertura" e destaca que a política de retomada não se baseia em protocolos sanitários, de queda no contágio e de reestruturação das escolas.

A Secretaria Estadual de Educação afirma que não tem como associar o contágio de funcionários diretamente com o retorno das atividades e que trabalha com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Comitê de Especialistas para treinamento de profissionais da categoria. A SES informa que serão tomadas as devidas providências para garantir a segurança de alunos e profissionais da Educação.

Poucos avanços no município
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Respostas insuficientes ditaram o tom de audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Vereadores do Rio, para discutir a volta às aulas na rede municipal. A subsecretária de Educação, Heloísa Sermúd, apresentou mais diretrizes, dentre elas a compra de seis máscaras por aluno, já em processo administrativo.
Para o vereador Tarcísio Motta (PSOL), vice-presidente da comissão, foi dado um passo à frente com a disposição da prefeitura em prestar esclarecimentos. Entretanto, o parlamentar destaca que ainda faltam muita respostas.
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"Nada está, de fato, organizado para a reabertura, e a própria prefeitura não dá nenhuma segurança para que as escolas abram. O melhor da audiência foi a subsecretária admitir que ainda falta muito para as escolas estarem prontas", afirma Tarcísio. 
O vereador reitera que a Comissão da Educação é contra as aulas presencias neste momento, ao escutar professores, pais e Fiocruz, que atestam não se estar "nem um pouco perto da reabertura".
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