Bernardo Marins relata racismo em dia que completou 20 anos - Reprodução/ Facebook/ Estúdio Percepção
Bernardo Marins relata racismo em dia que completou 20 anosReprodução/ Facebook/ Estúdio Percepção
Por O Dia
Rio - O estudante de Gastronomia Bernardo Marins denuncia que foi perseguido por um segurança enquanto fazia compras no hipermercado Extra em Alcântara,  São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, na última terça-feira (18), dia em que completou 20 anos. O confeiteiro relata que comprava ingredientes para fazer seu bolo de aniversário.

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Bernardo Marins relata racismo em dia que completou 20 anos Reprodução/ Facebook
Bernardo Marins relata racismo em dia que completou 20 anos Reprodução/ Facebook
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"Assim que eu entrei, o segurança começou a me seguir, parou no corredor em que eu estava e começou a passar o rádio pedindo para verem na câmeras se eu tinha colocado alguma coisa dentro da minha bolsa. Me dirigi até o caixa e vi ele indo atrás de mim. Depois de ter pago, pedi para chamarem o gerente para falar do ocorrido, foi então que o segurança veio gritando no rádio: 'Vê se ele colocou algo no bolso porque o bolso dele tá cheio'. Sim, meu bolso estava com volume porque eu estava cheio de moedas", diz Bernardo em seu relato.
O jovem conta que o gerente da unidade negou que houve racismo no caso. "Ele falou que o segurança só estava andando pelo mercado e que não era comigo. Fiquei indignado pois o gerente era pior que o segurança e resolvi ir embora. Saindo do mercado, o segurança veio atrás de mim e me chamou de 'ladrãozinho." Bernardo conta que os dois discutiram depois que o estudante questionou o funcionário pela acusação sem provas.
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"Ficamos no bate-boca até que ele me perguntou se eu achava q ele era cego. Fui ao gerente e pedi para me revistarem e não quiseram. Em todo o momento o segurança falava alto no rádio pra todo mundo ouvir. Todos ficaram pensando que eu era ladrão . Foi a pior humilhação que eu já passei na vida. Nós negros vivemos isso todos os dias", finaliza.
O Extra informa que, tão logo tomou conhecimento sobre o ocorrido, no dia 19 de agosto, acionou imediatamente a loja de Alcântara, iniciando um processo interno de apuração. A empresa conseguiu contato com o cliente Bernardo no último dia 20 para se desculpar pela situação vivenciada por ele na loja e incluí-lo no processo de averiguação dos fatos.
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O supermercado diz que optou pelo afastamento temporário do funcionário citado pelo cliente. O Extra ressalta que não orienta os funcionário para qualquer tipo de atitude discriminatório ou desrespeitosa. 
"Inclusive (a empresa) condena a mesma em seu Código de Ética e na política de diversidade e direitos humanos da rede. A empresa disponibiliza um canal para recebimento e apuração de denúncias que infrinjam o Código de Ética da Companhia e também participa da Coalização Empresarial pela Equidade Racial e de Gênero, que estimula a implementação de políticas e práticas empresariais no campo da diversidade. Desde 2017 tem uma agenda formativa sobre o tema. Em 2018 implantou um grupo interno de Afinidade de Equidade Racial, formado por colaboradores(as) negros(as) e não negros(as) comprometidos em construir com a empresa um ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo e de promoção da equidade racial. Qualquer denúncia contrária a orientação e às políticas da cia sobre este tema, é rigorosamente apurada e, se comprovada a veracidade, são tomadas todas as providências necessárias", diz em nota.

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