Metrô do Rio lotado em horário de pico, mesmo com restrições de lotação - Agência O Dia
Metrô do Rio lotado em horário de pico, mesmo com restrições de lotaçãoAgência O Dia
Por Lucas Cardoso

O governo do estado anunciou, ontem, a permissão de aumento da lotação nos transportes públicos, e a reportagem de O DIA foi a campo para averiguar se o distanciamento entre as pessoas estava sendo cumprido. Conclusão: a situação só não é pior porque já estava longe do ideal, desde o início das medidas restritivas por conta da pandemia.

O aumento da lotação foi autorizado por meio de decreto, que ampliou a capacidade das lotações de 50% para 60% nos trens e metrôs. Os ônibus intermunicipais também tiveram o aumento de 10% na capacidade.

No caso dos coletivos de duas portas, está permitida a capacidade de 60%, com passageiros sentados e em pé, respeitando o distanciamento de 1,5 metro. Já os coletivos de apenas uma porta, conhecidos como 'frescões', devem circular com a mesma capacidade, mas apenas com passageiros sentados.

Viagem lotada

A equipe do jornal seguiu da estação terminal do metrô na Pavuna até a de São Cristóvão, no horário de pico, às 7h, e presenciou aglomerações tanto no acesso às composições como no interior dos carros. "A gente não tem o que fazer. Precisamos trabalhar e o transporte não é opcional", contou a técnica de informática Deyce Souza, de 26 anos.

Dentro do grupo de risco da covid-19, Maria Ignácia, de 65 anos, acrescentou ser impossível manter distanciamento. "Comprei essa máscara, porque sou mais baixa e até a respiração das pessoas me deixa com receio", comentou.

O MetrôRio garante, no entanto, que o transporte vem circulando bem abaixo da lotação proposta pelo governo. Segundo a concessionária, atualmente o número de passageiros está em 35% do público registrado antes da crise do novo coronavírus.

Em nota, a empresa disse, ainda, que está perto de um colapso financeiro: "Mais de 80 milhões de pessoas deixaram de circular desde 16 de março. O prejuízo mensal gira em torno de R$ 35 milhões. A partir de setembro, será necessário aporte externo de recursos", disse o MetrôRio.

Com situação um pouco melhor, a estação da SuperVia em Madureira não tinha aglomeração. O interior dos vagões também estava abaixo dos 60% autorizados pelo estado.

Em julho, a SuperVia já havia acenado com uma possível paralisação dos serviços em setembro, devido a problemas financeiros causados pela pandemia.

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