No total, 91,8% das vítimas foram homens, e o pico aos 21 anos. Entre homens e mulheres, a pesquisa verificou baixa escolaridade, com, no máximo, sete anos de estudo. O Atlas evidência ainda a disparidade social no Brasil. Enquanto a taxa de homicídio de negros (soma de pretos e pardos, segundo classificação do IBGE) subiu 11,5% entre 2008 e 2018, entre não negros (soma de brancos, amarelos e indígenas) reduziu 12,9%.
No Brasil, 75,7% das vítimas assassinadas são negras, mostrou a pesquisa. E para cada não negro assassinado no país em 2018, 2,7 negros foram mortos. Ao comparar as taxas entre negros e não negros, a diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno, adverte. "É como tivéssemos falando de países diferentes, porque tamanha a disparidade quando a gente olha para o fenômeno da violência segmentando negros e não negros", avalia.
Em relação às 85 vítimas de feminicídio registradas no estado em 2019, 49 tinham entre 30 e 59 anos e 58 eram negras.
Por sua vez, o Atlas da Violência apontou que 4.519 mulheres foram assassinadas no país, em 2018, uma taxa de 4,3 homicídios para cada 100 mil habitantes do sexo feminino. Uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas - 68% das vítimas eram negras, conforme o estudo.
Entre 2008 e 2018, a taxa de homicídios de mulheres negras aumentou 12,4%, enquanto o de não negras caiu 11,7%.