Elenir Sampaio:
Elenir Sampaio: "O despejo é um absurdo. Pago aluguel em dia"Luciano Belford/Agencia O Dia
Por O Dia

Ameaçados de despejo por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), comerciantes da Cobal do Humaitá, Zona Sul do Rio, promoveram um abraço simbólico ao polo gastronômico na tarde desta quinta-feira.

Instalado desde 1971, o mercado, que possui 5 mil pessoas que trabalham direta ou indiretamente, corre o risco de deixar seus lojistas desempregados em meio à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Vale ressaltar que, além dos trabalhadores locais, cerca de 12 mil pessoas passam por ali todos os dias.

Elenir Sampaio, 70 anos, é proprietária de uma petshop na Cobal e se mostrou totalmente contrária a este possível despejo. "Acho um absurdo. Mesmo com o aumento do aluguel que aconteceu durante a pandemia, eu sigo com o pagamento em dia, nunca deixei nada devendo", afirma a lojista.

Milene Bedran, presidente da Associação dos Empresários da Cobal do Humaitá, se reuniu com as autoridades cariocas e revelou que o saldo deste encontro foi positivo. "Nós tivemos um encontro no Palácio Guanabara nesta quarta-feira com representantes do Estado e do Município e foi bem produtivo, eles se prepuseram a ajudar. Deve haver uma nova reunião até o fim da próxima semana", destacou Milene.

O gestor público Alexandre Arraes, autor do Projeto de Lei 1574/2019 de proteção da Cobal, afirmou que a ideia é que os comerciantes possam realizar o sonho de comprar as lojas por preço de mercado com linha de crédito da CAIXA e que lojistas não sejam despejados pela Conab, órgão federal ligado ao Ministério da Agricultura. "Se colocar todo mundo pra fora, a Cobal vai virar um terreno baldio, no meio da cidade do Rio de Janeiro. Passar a gestão ao município é bem mais razoável", justificou Arraes.

Em nota, a Prefeitura do Rio afirmou que "se reuniu com representantes dos comerciantes da Cobal e está analisando o caso".

Já a Conab afirmou que "as medidas adotadas pela Conab visam defender a probidade administrativa e o interesse público, cumprindo a lei contra locatários inadimplentes cujas dívidas, acumuladas ao longo de duas décadas, somam R$ 22,3 milhões, na Cobal do Humaitá. (...) Somente os irregulares segundo o entendimento da justiça são alvos de ordens de despejo".

O DIA procurou o Governo do Rio para tratar do assunto, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.

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