Apesar da proibição de ocupação na areia, domingo ensolarado levou cariocas a se aglomerarem pelas areias e ondas de Ipanema e Copacabana - Estefan Radovicz
Apesar da proibição de ocupação na areia, domingo ensolarado levou cariocas a se aglomerarem pelas areias e ondas de Ipanema e CopacabanaEstefan Radovicz
Por Marina Cardoso

O Estado do Rio ultrapassou os 223 mil casos confirmados de diagnosticados com coronavírus e segue tendência de alta na média móvel de casos. Já em relação ao número de mortes, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou 16.027 óbitos por covid-19. Nas últimas 24 horas, foram registrados 11 novos óbitos e 345 novos casos. Mesmo diante do aumento de infectados, o domingo voltou mais uma vez a ter aglomeração nas praias do Rio, na capital e em cidades na Região dos Lagos, como Cabo Frio, além de grande movimento em Duque de Caixas, na Baixada Fluminense. 

De acordo com Danilo Klein, chefe de gabinete da Secretaria Extraordinária de covid-19 do Estado do Rio, o aumento de casos na média móvel é provocado pela data de divulgação. "Essa alta na média móvel é quando se avalia a data de anúncio, mas se formos por início do dia do sintoma e por data da ocorrência da morte, não vemos esse aumento", explica ele.

Entretanto, ele afirma que é preciso esperar algumas semanas para ter certeza se esse aumento não vai se concretizar. Por exemplo, em Nova Iguaçu, ele aponta um discreto aumento de casos, mas não sabe se é reflexo no aumento da testagem ou de fato uma piora local. "Só vamos saber isso se percebermos ao longo dos próximos dias crescimento na internação", explica Klein.

Para o infectologista Marcos Junqueira do Lago, coordenador da Comissão de Controle de Infecção do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj, essa tendência de alta são os focos que ainda permanecem no estado. "Embora tenha a questão dos casos que entraram atrasados, há um mês e meio muitas atividades se 'normalizaram'. Muita gente deixou de fazer o isolamento social, pois se cansaram de ficar confinadas. Isso vai trazer um número maior de casos, o que tem acontecido desde agosto. Não vamos ter os mesmos números de abril e maio, mas continuará alto", explica.

Sem data para nova fase de retomada das atividades
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Procurada por O DIA para saber se há alguma alta no Município do Rio, a prefeitura comunicou que segue acompanhando a evolução dos casos da cidade e afirmou que não há nenhum aumento nas últimas semanas de casos de coronavírus.
Sobre o plano de retomada das atividades econômicas no município do Rio, ainda não há data definida para iniciar a fase 6. Nesse plano está previsto o retorno de atividades culturais, com restrições e obedecendo às Regras de Ouro para evitar aglomeração e risco de contágio.
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"A Prefeitura do Rio fará a divulgação das novas liberações assim que elas forem definidas, sempre ouvindo o Comitê Científico do município", afirmou a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS).
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Cresce casos no Hospital do Fundão
Em hospitais da capital, como o Clementino Fraga Filho, na Ilha do Fundão, o número de pacientes internados com coronavírus aumentou nos últimos dias. A unidade, que já chegou a ficar dias sem receber pacientes, viu o cenário mudar, com ocupação de praticamente todos os leitos, segundo informou funcionários do hospital. 
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Porém, o chefe de gabinete da Secretaria Extraordinária de covid-19 do Rio não descreve o aumento no número de pacientes infectados pelo vírus. "O que vemos no Hospital do Fundão é aumento de pacientes já em tratamento ou abrindo leitos para pacientes de outras doenças, pois com a diminuição do coronavírus, temos aberto para essas pessoas", explica Klein.
Porém, o infectologista Lago acredita que o Rio ainda vive uma situação muito séria e que a atenção deve permanecer redobrada até o final do ano. "Vamos continuar com muita gente doente até dezembro. Acredito que de forma intensa de infecções entre dois e três meses", diz.
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