Sepultamento Liliane Rodrigues da Costa, de 23 anos, morta durante um tiroteio na comunidade da Serrinha, em Madureira - Reprodução
Sepultamento Liliane Rodrigues da Costa, de 23 anos, morta durante um tiroteio na comunidade da Serrinha, em MadureiraReprodução
Por O Dia
Rio - O corpo de Liliane Rodrigues da Costa, de 23 anos, foi enterrado no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, na tarde deste domingo. A jovem foi baleada dentro de casa após um tiroteio no Morro da Serrinha, em Madureira. Familiares e amigos da vítima afirmam que policiais militares não prestaram socorro à vítima, que havia levado um tiro na barriga. Segundo os relatos, os PMs ignoraram o pedido de ajuda da irmã da vítima, Adriele Rodrigues. O socorro foi feito posteriormente por vizinhos.
Durante o sepultamento, o clima era de tristeza e revolta. Dezenas de pessoas acompanharam o cortejo e pediam por justiça. Emocionado, o pai da Liliane, Iranildo Rodrigues, falou brevemente sobre a polícia entrar atirando na comunidade. "A polícia não podia subir em morro e está subindo. Nem todo mundo é bandido, é injustiça chegar atirando sem ordem de ninguém", contou.
Publicidade
"Minha irmã era muito meiga, muito amiga, tinha muitos amigos, falava com todo mundo. Era uma menina muito amada e agora a vida dela se foi por causa de uma bala perdida, uma troca de tiros. Isso não pode acontecer, policial não pode subir em favela, eles não podem fazer operação. Eles já chegaram atirando, tinham crianças, estava tendo evento para as crianças", disse Adriele Rodrigues, irmã da vítima.
Josenilda Maria dos Reis, mãe de Liliane, precisou ser amparada pelos presente, que pediram Justiça. "Hoje é minha mãe que chora, amanhã pode ser outra. Isso não vai ficar assim, nós queremos justiça", completou Adriele Rodrigues. 
Publicidade
Operação na comunidade
Moradores da comunidade voltaram a contestar a versão dada pela PM, de que uma viatura policial que auxiliava a chegada das urnas eletrônicas em um colégio eleitoral teria sido atacada. A assistente social Eliane da Silva Casemiro disse que os policiais usaram dois veículos blindados para entrar na comunidade. Adriele Rodrigues disse, ainda, que os policiais já entraram na comunidade atirando. 
Publicidade
"Foi uma operação. Eles chegaram atirando do nada, foi uma correria só. Na comunidade estava tendo uma festa com brinquedos para as crianças. E eles chegaram atirando sem se preocupar com ninguém", contou.
No tiroteio, três pessoas foram baleadas. Todas foram socorridas para a UPA da região. Pietro David Alvez, de 27 anos, foi baleado na perna e foi liberado; Daiane Ribeiro Queiroz foi ferida na perna por estilhaços de uma bomba e também teve alta. Liliane Rodrigues não resistiu e morreu.