Rebeca e Emily, mortas enquanto brincavam ao lado das mães - reprodução
Rebeca e Emily, mortas enquanto brincavam ao lado das mãesreprodução
Por O Dia
Rio - O pai da menina Rebeca Beatriz, de 7 anos, morta a tiros junto à prima Emily Victória, de 6, compartilhou um vídeo chamando moradores e amigos para uma manifestação na tarde deste domingo. As crianças brincavam na porta de casa, na sexta-feira (4), quando policiais militares tentaram abordar duas pessoas que estavam em uma motocicleta na comunidade do Barro Vermelho, no bairro Jardim Gramacho. Houve pelo menos três disparos. "Queremos fazer uma passeata, uma manifestação, para não passar em branco. Vai rolar na Praça do Pacificador, às 15h. Quem quiser ir pra dar um apoio, um abraço, vai ser bem recebido, vou falar com todas as pessoas. Eu só quero um abraço e que as pessoas estejam comigo, se puder", disse Maycon Douglas Moreira Santos, de 25 anos. Confira:
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Nas redes sociais, diversas pessoas compartilharam o cartaz chamando para o ato em Duque de Caxias. "Em 2020 já perdemos 22 crianças assassinadas pela militarização do estado. Não dá mais para naturalizar a morte de nossas crianças!", diz a publicação da página Coalização Negra.
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Ainda no vídeo, emocionado, o pai de Rebeca desabafou. "Ninguém pode perder um filho do jeito que eu perdi, uma fatalidade, uma violência dessa. Infelizmente meu sonho acabou, destruiu minha família, acabou com todos os planos que a gente tinha. A Emily ia ter uma festinha agora, não vai poder ter, mas vai ser sempre lembrada, vai estar sempre nos nossos corações. (...) Foi minha única filha e o meu conforto é saber que ela está com Deus. Não desejo isso para ninguém, mas vou passar por essa barra", completou
Policiais não prestaram socorro
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A avó de Rebeca contou que ouviu os disparos e viu o momento em que policiais militares saíram do local em uma viatura. Ela diz que viu a sobrinha baleada na cabeça e sem vida e acusa policiais de atirarem e não prestarem socorro às meninas.
"Eu desci do ônibus e ouvi os disparos. Vi que tinha uma viatura da PM que saiu logo depois. A Polícia chega atirando, não pensa nos moradores das comunidades. Eram crianças que estavam brincando na porta de casa", disse Lídia da Silva Moreira Santos.
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Em nota, a Polícia Militar disse que policiais estavam em patrulhamento, quando disparos de arma de fogo foram ouvidos, mas negou disparos por parte dos policiais militares.
A Polícia Civil diz que a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) instaurou inquérito para apurar a morte de duas crianças, de 4 e 7 anos. Os cinco policiais militares que estavam na região foram ouvidos e tiveram cinco fuzis e cinco pistolas apreendidas para realização de confronto balístico. Os agentes estão em diligências para apurar as circunstâncias do fato.