Irmão de ciclista morto no Recreio diz que está arrasado e teme por impunidade no crime
Principal suspeito é um capitão do Corpo de Bombeiros, João Maurício Correia Passos de 36 anos
Rio - Familiares de Cláudio Leite da Silva, 57 anos, temem que o principal suspeito de atropelar e matar o ciclista saia impune por conta da sua profissão. João Maurício Correia Passos, 36 anos, é capitão do Corpo de Bombeiros e não prestou socorro à vítima após o acidente que aconteceu por volta das 4h45 desta segunda-feira (11).
Em entrevista ao DIA, Rogério Leite da Silva, irmão mais velho de Cláudio, se mostrou preocupado com a decisão da Justiça. "Não vai acontecer nada com ele, daqui a três anos ele vai estar na rua", lamentou Rogério que em seguida completou: "Estou arrasado, espero que a justiça seja feita", disse.
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Rogério e a sobrinha da vítima, Renata Leite, ficaram sabendo do estado em que o ciclista foi deixado na Avenida através dos jornais. "Esperamos que a justiça seja feita conforme a lei penal brasileira define", afirmou Renata.
Cláudio não tinha filhos e era casado. O enterro será no Cemitério Jardim da Saudade, no Jardim Sulacap, nesta terça-feira.
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Bombeiro é preso no Recreio dos Bandeirantes
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João Maurício foi preso em flagrante por uma equipe da Corregedoria dos Bombeiros e agentes da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). Ele foi capturado saindo da casa de um amigo.
Na distrital, o militar confirmou que estava ao volante e disse ter fugido "porque teve medo de ser linchado". O acidente aconteceu na Avenida Lúcio Costa, altura do posto 10. No veículo, um Hyundai HB20, a polícia encontrou documentos que facilitaram a identificação do capitão, que abandonou o carro.
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De acordo com o delegado da 42ªDP (Recreio), Alan Luxardo, João tem passagens pela polícia por lesão corporal e ameaça na forma da Lei Maria da Penha, contra uma ex-companheira. O delegado disse ainda que o criminoso não quis prestar depoimento e que só falará em juízo. João será levado para uma espécie de quartel general dos bombeiros ainda nesta segunda-feira.
Em nota, o Corpo de Bombeiros se solidarizou com a família e amigos da vítima e afirmou estar à disposição das autoridades que investigam a ocorrência. Um procedimento interno vai apurar as circunstâncias do caso. "É importante reforçar que a instituição não compactua com nenhum ato ilícito ou que vá de encontro com a ética, a moral e os bons costumes", disse a corporação.