Cláudio Castro - Reginaldo Pimenta
Cláudio CastroReginaldo Pimenta
Por O Dia
Rio - Um dia após sancionar a lei que cria o Carnaval fora de época, todos os meses de julho, o governador em exercício Cláudio Castro (PSC), afirmou nesta quinta-feira, no Twitter, que o "CarnaRio só acontecerá este ano com a população imunizada".
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Castro frisou que a festa só será realizada em ambiente de extrema segurança e listou a importância da lei. "O impacto econômico é fundamental para o estado e gera milhares de oportunidades de emprego", postou.
O governador em exercício destacou, ainda, que a medida não valerá apenas para 2021. "Ela vai trazer benefícios para o setor até que o impacto causado pela pandemia seja superado, com o avanço da vacina. No Rio, está tudo pronto para iniciarmos a imunização contra a covid-19", escreveu Castro.
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COM AUMENTO DE CASOS DE COVID-19, LEI TEM DIVIDIDO OPINIÕES
Para a presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Sebastiana), a iniciativa "parece fora de hora e sem propósito". "Não está na hora da gente pensar em fazer decreto de lei sobre carnaval com tanta gente morrendo, a pandemia da covid está fora de controle ainda", critica Rita Fernandes.
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Segundo o o pesquisador e infectologista da UFRJ, Edimilson Migowski, tudo vai depender muito da questão da cobertura vacinal e também do andamento da pandemia de uma forma natural sem intervenção. "Pois quanto maior o número de pessoas infectadas nesse momento, menor é a possibilidade de se ter a disseminação do vírus entre nós, pelo menos em um espaço tão curto de tempo após a primeira exposição", explica o especialista.
Migowski diz ainda que o mês de julho tem um conveniente. "É um período mais frio. Em geral, essas viroses respiratórias propagam mais em meses frios do que em meses quentes. Não sabemos como (a doença) vai se comportar. Até porque, diferente de julho de 2020, julho de 2021 já vai ter muita gente tendo sido vacinada e vai ter muita gente já tendo tido a doença há pouco tempo. Vai ter uma proteção parcial que seja, mas vai ter", afirma.
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O autor do projeto, o deputado Dionísio Lins (PP-RJ) diz que entende a preocupação em relação à pandemia, mas esclarece o seguinte. "A lei foi sancionada, mas não quer dizer que, em julho próximo, teremos carnaval fora de época. Sem vacina, não terá carnaval fora de época. Se não tiver vacinação nas pessoas, não terá festa. Só terá Carnaval se, em julho, todo mundo estiver vacinado. O país estando normalizado, por que não alavancar o emprego, o imposto e o consumo?", questiona Lins, que ainda conversará com todos os segmentos, como escolas de samba e blocos.
Rita argumenta que, mesmo com todo mundo vacinado, em julho, os blocos que compõem a Sebastiana não iriam para as ruas. "A gente acredita que não vai ter clima. Também não temos viabilidade operacional e nem financeira para fazer um carnaval agora em junho/julho. Achamos que é melhor concentrar nossos esforços para o carnaval de 2022. Ou seja, no caso da Sebastiana, mesmo com vacina, nós não colocaremos o bloco na rua", explica ela.
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Contudo, a presidente do Sebastiana imagina algum tipo de celebração na forma de roda de samba ou evento fechado para simbolizar o fim da pandemia, se isso acontecer. "Mas nós não faremos o Carnaval na rua", frisa Rita.
FERIADO EM FEVEREIRO ESTÁ MANTIDO
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Assim como acontece desde 2008, o feriado de terça-feira de Carnaval está mantido para o dia 16 de fevereiro. A informação é dada pelo próprio Governo do Estado em uma nota enviada à imprensa. "Será decretado ponto facultativo apenas na segunda-feira, dia 15 de fevereiro, nos órgãos e entidades integrantes da administração pública estadual do Rio de Janeiro. A publicação sairá no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (15/01)", diz a nota.
Procurada, a Riotur informou que, por enquanto, não tem nada a declarar.
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