A secretaria de Assistência Social oferece às famílias vagas em abrigos, mas os moradores querem o aluguel social, um pedido de anos. A secretária, Laura Carneiro, esteve ontem no local e permanece nesta sexta-feira para coordenar as doações de roupas e quentinhas que não param de chegar ao complexo esportivo.
"Eles querem levar a gente para abrigo, mas não sairemos daqui enquanto não tivermos aluguel social. Temos três anos de ocupação, três incêndios e sempre prometeram tirar a gente de lá. Crivella e Paes prometeram, mas não fizeram", comentou Elias da Matta, que vivia com a esposa, Adriana, e outros cinco filhos, um deles de um ano, em um dos barracos da comunidade.
Adriana, que é camelô, não estava em casa no momento do incêndio, por volta das 19h. Foi o pai dela quem conseguiu acordar as crianças e tirá-las do fogo. Segundo os moradores, o fogo em um fio teria atingido um botijão de gás e causado o estrago.
"Foi um fio que passa em cima da casa e pegou fogo. Passou pela telha, atingiu o bujão e explodiu, e foi pegando outros bujões", contou Adriana, uma dos moradoras que promete protestar caso a Prefeitura não ofereça o aluguel. "A gente tenta há muito tempo. É muito sofrimento lá. Você vê rato mordendo criança, mexendo nas panelas, barata, lagarta. Veja quantos moradores de rua têm em Santa Cruz. É muito abandono", completou Elias.