Fiocruz confirmou a chegada de dois milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca - Daniel Castelo Branco
Fiocruz confirmou a chegada de dois milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZenecaDaniel Castelo Branco
Por Yuri Eiras
Rio - A Polícia Civil do Rio deve intimar esta semana os responsáveis pelo setor de vacinação das unidades de saúde citadas em denúncias de 'fura-filas'. A Delegacia de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR), que investiga as irregularidades, se reúne na tarde desta segunda-feira (25) com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren/RJ). O objetivo é colher documentos sobre os supostos casos de pessoas imunizadas fora dos grupos prioritários. Entre as informações, a Polícia quer ter acesso às listas de controle de vacinados.
"Hoje marcamos a reunião com a Procuradora do Coren que está juntando todas as denúncias para compartilhar com a gente. Nesta reunião iremos alinhar um fluxo direto dessas denúncias com a delegacia. Em seguida ao longo da semana iremos intimar as pessoas responsáveis pelo setor de vacinação das unidades apontadas, além de requisitar a planilha de controle das doses", comentou o delegado Thales Nogueira, da DGCOR.
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Em paralelo, o Ministério Público do Rio (MPRJ) afirmou que vai abrir uma investigação para cada denúncia que receber de fura-fila. Diversos relatos já chegaram ao órgão e aguardam apuração. Na semana passada, promotores fiscalizaram centros municipais de saúde na Região Metropolitana, mas não houve flagrante de irregularidades. Promotores visitaram as unidades João Barros Barreto (Copacabana) e Marcolino Candau (Cidade Nova), no Rio; em Nova Iguaçu, o Hospital Geral de Nova Iguaçu e o Centro Médico Vasco Barcellos; em Niterói, a Policlínica Regional do Largo da Batalha, a Policlínica Regional de Itaipu e a Policlínica Regional Dr. Sérgio Arouca.
Profissionais relatam que sistema do Ministério da Saúde estava 'inoperante', mas pasta nega
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Nas visitas aos centros de saúde, promotores do Ministério Público ouviram dos profissionais que o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, o SI-PNI, estaria "inoperante". O site, sob os cuidados do Ministério da Saúde, é onde se armazena os dados de cada um dos imunizados nos municípios do Brasil. O sistema também mapeia as doses distribuídas aos estados, os estoques guardados, a cobertura vacinal e a listagem de pessoas vacinadas. Os relatos recebidos pelo MP dão conta de que o registro dos vacinados estavam sendo feitos à mão, o que pode causar erros nos dados.
O Ministério da Saúde, no entanto, garantiu que o SI-PNI está "funcionando normalmente, com cerca de 5 mil registros de vacinação por hora". Em contato com O DIA, a Secretaria Estadual de Saúde também afirmou que consegue operar no sistema.
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Vacinação no Rio começou no dia 18 de janeiro, em cerimônia no Cristo Redentor - Luciano Belford/Agencia O Dia
Secretaria Municipal de Saúde descarta, até o momento, denúncias de irregularidades; Rio vacina 1% da população
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A Secretaria Municipal de Saúde também recebeu denúncias de fura-filas, mas descartou todas até agora. O secretário Daniel Soranz afirmou, no domingo, que todas as denúncias apuradas eram contra profissionais que faziam parte, de fato, dos grupos prioritários. Mas as checagens continuam pela equipe do município.
"Até o momento, todas as denúncias que foram apuradas sobre os profissionais, de fato, estavam nos grupos prioritários. Então os profissionais que atuam na Atenção Primária se vacinaram no dia 20 (de janeiro) e foram os responsáveis por vacinar todos os abrigos de idosos. Todos que estavam envolvidos nessa campanha de vacinação estarão envolvidos ainda na campanha de vacinação para covid-19, por isso eles estão no grupo de maneira correta", afirmou Soranz.
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Até a tarde desta segunda-feira, 63.982 pessoas já haviam sido vacinadas na cidade do Rio, praticamente 1% da população - são 6,7 milhões no município. Nesta manhã, as 176 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca recebidas pelo estado foram distribuídas aos 92 municípios. A capital ficará com 76.530 doses do imunizante.
Carregamento de vacinas contra covid-19 saindo de helicptero da base do GAM em Niterói para ser distribuída em municípios do Estado do Rio de Janeiro - Daniel Castelo Branco
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