Operação mira empresas laranjas que vendem GNV irregular - Divulgação
Operação mira empresas laranjas que vendem GNV irregularDivulgação
Por O Dia
Rio - Policiais da Delegacia de Defraudações (DDEF), com apoio de unidades especializadas e do Procon,  fiscalizaram 15 lojas em Campo Grande, Guaratiba, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, nesta quinta-feira (28), durante a 'Operação Conversão'. Desses, dez ficaram interditados pelos fiscais do Procon-RJ e os responsáveis foram encaminhadas para a delegacia. Nove deles não tinham CRI (certificado de registro de instalador), documento emitido pelo Inmetro que autoriza a instalação do gás natural veicular.
A operação tinha o objetivo de desarticular uma quadrilha que faz instalação irregular de equipamentos de gás natural veicular (GNV). O bando utiliza documentação falsa e empresas em nome de "laranjas" para realizar o serviço e atua em diversos estados. Pelo menos seis pessoas foram presas em flagrante. 

A equipe de fiscais do Procon-RJ que vistoriou estabelecimentos em Nova Iguaçu interditou o Dr. Car GNV, a Dutra Gás e a Autorizada. A primeira não possuía certificados e documentos exigidos para o funcionamento do local, bem como aprovação dos Bombeiros, extintores e notas fiscais, e teve cilindro apreendido com indício de irregularidade. Já a segunda, também não possuía CRI, certificado dos Bombeiros, documentação relativa à comprovação de origem e conformidade dos cilindros e, ainda, havia sala no local específica para repintura de cilindros com latas de tintas amarelas e utensílios para pintura. A terceira não possuía CRI e as notas de cilindros estavam emitidas em CNPJ distinto.

Em Campo Grande, quatro estabelecimentos ficaram interditados pelos fiscais do Procon-RJ. A Pioneiro, que não possuía CRI, alvará, certificado dos Bombeiros e CNPJ; a Max GNV, que além de ausência de documentação teve dois redutores apreendidos; a Di Gás sem CRI e a Evolução Gás que não possuía CRI nem Alvará de funcionamento. A loja Pais e Filhos GNV, tinha cilindros sem especificação, comprovação de origem ou conformidade, que foram encaminhados para perícia.

Em Guaratiba, houve duas interdições. A Brow Z GNV não apresentou nenhuma documentação nem autorização e certificado de registro de instalador, aprovação dos Bombeiros, bem como extintores. A Speed GNV não possuía CRI, aprovação dos Bombeiros, extintores e documentos exigidos para funcionamento, além de não exibir preços em produtos ao consumidor.

A loja Cristiano Romer em Duque de Caxias ficou interditada e teve cilindro apreendido para análise pericial. Os outros dois locais fiscalizados no município, Inove Gás e Evolução Gás, não apresentaram irregularidades.
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Descoberta do esquema
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Ao todo foram quatro meses de investigação. Os policiais descobriram que os equipamentos de gás eram instalados de forma irregular e não apresentavam itens de segurança, expondo os consumidores a risco. Há relatos de que automóveis explodiram devido ao vazamento e má instalação dos aparelhos.

As investigações também apontam que muitas dessas empresas são controladas por milicianos. Esse grupo, ainda segundo a polícia, ameaçava os responsáveis pela fiscalização. Além disso, proprietários dessas empresas "laranjas" recebiam percentuais pelas vendas sem declarar impostos.
O presidente do Procon, Cássio Coelho, advertiu: "O consumidor deve se atentar ao contratar a instalação do kit gás em seu veículo. Consultar se a empresa é credenciada pelo Inmetro para realizar a instalação. Escolher um instalador registrado que possua CRI ativo e sempre solicitar a nota fiscal do serviço e dos componentes do GNV. Se possível, preferir cilindros novos, pois assim o comprador terá certeza que o equipamento foi aprovado em testes e não apresentam riscos de terem sofrido sinistros".