Rede municipal e estadual de ensino do Rio iniciam o ano letivo
No município, as aulas remotas começam nesta terça-feira. Enquanto, as aulas no Estado começam no dia 1º de março
Rio - O ano letivo na rede municipal e estadual de ensino do Rio de Janeiro teve início nesta segunda-feira e contará com aplicativos e plataformas digitais para o ensino remoto. Nas escolas municipais, as aulas remotas acontecerão pela televisão e terão início nesta terça-feira. O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, iniciou o ano letivo com uma aula inaugural na TV Escola nesta manhã. Já as escolas estaduais, começam a entregar o plano de estudos e iniciam o processo de diagnóstico socioemocional dos alunos de todas as séries da rede de ensino.
Em apresentação ao ano letivo remoto pela televisão, o secretário Renan Ferreirinha explicou que, nesta primeira semana, as aulas serão 100% remotas através de aulas pela TV Escola, o canal 2.3 na TV aberta, em parceria com a MultiRio. Todos os dias serão oferecidas, no total, 10 horas de aulas, no horário entre 7h30 e 20h30, entre elas aulas de Matemática, Geografia, Língua Portuguesa, História, Ciências, Língua Estrangeira, Música, Artes Visuais e Cênicas. A grade da programação da primeira semana pode ser acessada pelo site da Secretaria Municipal de Educação do Rio.
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"Os alunos estão com saudade da escola. Foi isso que percebi nesse primeiro dia de volta às aulas, de forma remota pela TV. A aula inaugural foi acompanhada por muitos estudantes e eles interagiram bastante, mandaram muitas perguntas pelo Youtube da MultiRio, que retransmitiu o conteúdo da TV Escola (canal aberto 2.3). Nada substitui a escola e a Educação de qualidade que transforma vidas. Estou feliz e esperançoso com o começo do nosso ano letivo", afirmou o secretário.
Segundo ele, a partir do dia 18 de fevereiro, começa a distribuição de materiais, kits escolares, uniformes, cartão alimentação e livros. "A direção de cada escola irá entrar em contato com os responsáveis dos alunos e marcar, em horários distintos e de forma ordenada, quando cada família deverá ir à escola buscar o material", disse Ferreirinha.
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No dia 23 de fevereiro, será lançado o aplicativo 'Rio Educa Em Casa', uma plataforma de ensino remoto que estará disponível na Play Store e na Apple Store, em que os alunos e professores terão acesso à aulas, materiais escritos em PDF de planos de aula e de exercícios, além de aulões ao vivo ou gravados.
"É uma grande plataforma inovadora com diferentes parceiros para que a gente possa permitir um ensino online também de qualidade nesse momento tão desafiador".
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De acordo com a SME, o acesso ao aplicativo é gratuito e alunos e professores não vão gastar seus pacotes de dados. A pasta ainda criou o 'Programa Conect@dos', que irá oferecer dados patrocinados aos 641 mil alunos e 39 mil professores da rede municipal de ensino para que tenham acesso gratuitamente à plataforma de aulas. Estudantes que não têm equipamentos para acessar a internet ou morem em áreas sem cobertura, vão receber o material didático impresso e, em algum momento, irão às escolas deixar as atividades didáticas.
As aulas presenciais estão previstas para retornar no dia 24 de fevereiro, apenas para os alunos da pré-escola, 1º ano e 2º ano, nas escolas que estiverem aptas de acordo com o protocolo sanitário. O anúncio das escolas aptas ao funcionamento será feito pela SME com antecedência e a lista será atualizada semanalmente.
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O retorno presencial será gradual, com alguns anos começando semanas antes de outros, e respeitando as condições epidemiológicas da região da escola. "Se uma região estiver na bandeira vermelha, ou seja, com risco de contaminação muito alto, as escolas dessa área só poderão receber 30% de seus alunos, por exemplo. Além disso, temos 44 escolas com infraestrutura em situação crítica. Essas escolas não têm condições de receber alunos agora", disse Ferreirinha.
As aulas presenciais não serão obrigatórias, tendo a opção do aluno continuar o ensino de forma remota. Porém, o secretário reforça que a presença nas aulas é essencial. O estudante do Ensino Fundamental precisa ter 75% de frequência, enquanto o aluno da Educação Infantil apenas 60% de frequência, seja no ensino remoto ou presencial.
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Segundo o Movimento de Mães, Pais e Responsáveis pela Escola Municipal Carioca (Movem), a SME ainda não sondou os pais e responsáveis sobre a adesão às aulas presenciais, mas a maioria prefere manter os filhos estudando em casa por enquanto.
"No meu círculo de amigos das escolas públicas, praticamente todos vão optar por manter os filhos em casa, porém essas pessoas são pessoas com o mesmo perfil: classe média branca, boa parte servidor público ou profissional liberal, mas quase todo mundo em home office, com acesso franco a internet, computador, celular, tablet, TV, material escolar e traquejo pra fazer ao menos um acompanhamento do estudo remoto", disse Leonardo Rocha, integrante do Movem.
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Nesta quarta (10) e quinta-feira (11), acontecerão assembleias dos profissionais da educação da rede municipal e estadual do Rio sobre a 'Greve Pela Vida' para avaliar e pensar os novos passos do movimento. A greve do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe RJ) defende o não cumprimento do trabalho presencial na escola.
Início do ano letivo na rede estadual de ensino
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O ano letivo na rede estadual de ensino do Rio começou, nesta segunda-feira, com a entrega do plano de estudos e início do processo de diagnóstico socioemocional dos alunos de todas as séries da rede estadual de ensino. Para a volta das atividades escolares, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) está considerando duas possibilidades de modelos de ensino: híbrido (remoto e presencial, com turmas em sala de aula em dias alternados) ou somente remoto, a serem adotados de acordo com as recomendações do Comitê Científico e das autoridades de saúde.
As aulas na rede começam no dia 1º de março e, para esse primeiro bimestre letivo, a proposta da Secretaria será a de desenvolver competências e habilidades do currículo essencial, dando continuidade aos estudos de 2020. A ideia é trabalhar os anos de 2020 e 2021 como um continuum escolar, de maneira que os conteúdos de 2020 sejam ensinados em 2021, conforme recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE). A partir de maio, será iniciado um trabalho com os conteúdos referentes à série ou ao ano de escolaridade em que o aluno está matriculado.
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Para o retorno das aulas presenciais, a Secretaria de Educação vai priorizar os 70 mil alunos em situação de maior vulnerabilidade social, cerca de 10% da rede estadual de ensino. Por não possuírem dispositivo eletrônico que dê a eles condições de acompanharem as aulas remotas, os estudantes poderão ir à escola em sistema de revezamento de dias e turmas, para tirar suas dúvidas e ter acesso a recursos de áudio e vídeo produzidos para este período. O plano a ser adotado dependerá das recomendações do Comitê Científico e das autoridades de saúde. Os pais e responsáveis também poderão optar pelo ensino exclusivamente remoto, caso desejem.
Segundo a Seeduc, desde outubro de 2020, foram tomadas todas as medidas sanitárias protocolares tanto quanto à infraestrutura das escolas quanto aos servidores, sempre em conjunto com o Comitê Científico e a Secretaria de Estado de Saúde. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação, destinou o reforço de R$ 9 milhões para a compra dos materiais nas 1,2 mil escolas estaduais. Os colégios já estão com seus espaços adequados para garantir o distanciamento social e com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas e face shield para os profissionais, além de máscaras para servidores e estudantes. As escolas também contam com dispensers para álcool em gel 70% e tapetes sanitizantes para utilização nas áreas comuns. Para o ano letivo de 2021, os alunos da rede estadual que estudarem presencialmente, considerando a aplicação do modelo híbrido, também receberão máscaras.
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Para garantir a saúde dos funcionários, todos os profissionais do grupo de risco da covid-19, que já se autodeclararam com comorbidades, deverão permanecer em atividades exclusivamente remotas.
Para o ano letivo de 2021, ainda como forma de assegurar o distanciamento social, as escolas localizadas na Região Metropolitana deverão ter atividades de ensino presencial em horário único, preferencialmente, das 10h às 15h, fora dos horários de pico do transporte público. As unidades escolares também não poderão desenvolver atividades presenciais com os alunos enquanto o município estiver nas bandeiras vermelha e roxa, conforme a classificação de risco da Secretaria de Estado de Saúde.
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Também a partir de março será lançado um link de navegação gratuita para que os estudantes tenham acesso ilimitado ao conteúdo didático da Seeduc sem gastar seus próprios pacotes de internet.
Um novo aplicativo vai abarcar todo o conteúdo de ensino remoto, além das aulas ao vivo no Google Classroom. O acesso a esse material estará disponível para profissionais da educação e alunos, que vão poder navegar 24h nos sete dias da semana, usando exclusivamente a internet da Seeduc.
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Para ampliar a conectividade da rede, a Seeduc também investiu R$ 4 milhões em verba extra para que as 1,2 mil escolas invistam em banda larga. As unidades escolares, que terminaram 2020 com uma média de apenas 1 Mega de velocidade de internet, terão o mínimo de 20, chegando até 100 Mega, de acordo com o quantitativo de estudantes matriculados. O salto de conexão inclui a disponibilização de wi-fi para alunos e profissionais dentro do ambiente escolar.
Para a oferta do ensino remoto, além do material didático impresso produzido pelos professores da rede, os alunos terão acesso ilimitado aos conteúdos oferecidos pela internet por meio do link patrocinado a ser adquirido pela Secretaria de Educação.
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Cícera Santana, mãe da aluna do 1º ano do Colégio Estadual José Leite Lopes, no Andaraí, Zona Norte do Rio, foi, nesta segunda-feira, conhecer o espaço e resolver pendências da matrícula da filha e ficou satisfeita com o que encontrou na instituição.
"Eu senti muita segurança quando fui fazer a matrícula e falar com o diretor. Lá eles seguem os protocolos sanitários direitinho. Eu tenho que acreditar que vai dar certo. Eu tenho certo receio porque adolescente tem necessidade de se abraçar, mas creio que eles tenham aprendido e vai dar certo sim".
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O Colégio Estadual José Leite Lopes irá alternar as turmas para as aulas presenciais com o objetivo de não haver aglomeração e respeitar os protocolos de distanciamento. A filha da Cícera, por exemplo, terá aula presencial somente às segundas-feiras e nos outros dias será de forma remota. A mãe da estudante de multimídia está com expectativas boas para o ano letivo.
"No ano passado, ela estava na rede municipal, os professores até faziam os exercícios, mas o aplicativo que o município criou não funcionou, não tinha nenhum aproveitamento. Eles até transferiram apostilas, mas não foi legal no ano passado. Foi totalmente perdido. Acho que ano passado, diante de tudo o que aconteceu, centenas e milhares de crianças que tiveram o ano perdido, acho que os diretores e professores aprenderam, com isso eles se programaram, mostraram um plano de estudo muito bom. Eu creio que esse ano vá dar certo se Deus quiser. Esse primeiro semestre vai ser uma possível recuperação do ano perdido", disse Cícera.
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Casos de covid-19 nas escolas estaduais
O secretário Estadual de Educação, Comte Bittencourt, falou sobre a volta às aulas em entrevista ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo, na manhã desta segunda-feira. Comte defendeu que a rede estadual está totalmente preparada para o retorno à educação presencial de forma segura e disse que casos de covid-19 nas escolas serão noticiados em 24 horas. "A comunicação vai ser no mesmo dia, dentro de 24 horas. Agora nós temos um setor para isso na secretária", afirmou.
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*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes