Covid-19: Boletim da Fiocruz mostra aumento de óbitos e taxa de ocupação de leitos no Brasil
Nesta quinta-feira (25), o país bateu recorde de número de mortes por dia, registrando mais de 1,5 mil falecimentos em decorrência do novo coronavírus
Por O Dia
Rio - O novo Boletim Observatório Covid-19 da Fiocruz abre um debate sobre o aumento de casos e taxa de ocupação de leitos no país. O Brasil acaba de bater recorde de número de óbitos por dia, registrando mais de 1,5 mil mortes, nesta quinta-feira (25). De acordo com dados apurados em 22 de fevereiro no documento, as taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos revelam o pior cenário já visto, inclusive pela sua dispersão no território nacional. Em síntese, são 12 estados e o Distrito Federal na zona de alerta crítica (80%) e 17 capitais (que concentram recursos de saúde e também populações) com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos de pelo menos 80%.
A edição apresenta dados estratégicos que confirmam a formação de um patamar de intensa transmissão do novo coronavírus no Brasil, demonstrados por diversos indicadores da epidemia. A análise é referente às semanas epidemiológicas 5, 6 e 7 de 2021, que abrangem o período de 31 de janeiro a 20 de fevereiro.
"O país apresentou uma média de 46 mil casos, valor mais elevado que o verificado em meados do ano passado, e média de 1.020 óbitos por dia ao longo das primeiras semanas de fevereiro. Nenhum estado apresentou tendência de queda no número de casos e óbitos", destaca o documento. As incidências de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) no país permanecem em nível muito alto em todos os estados.
Com base nesses dados, os pesquisadores colocam também em pauta o chamado “novo normal”, destacando os já conhecidos desafios, como a sobrecarga do sistema de saúde e de seus profissionais, e a necessidade de adoção de medidas não-farmacológicas para reduzir a velocidade da propagação, bem como os novos desafios, com o lento processo de vacinação e o surgimento das novas variantes do vírus e as incertezas que elas ainda trazem, o que amplia ainda mais a necessidade de romper, ou desacelerar, a rede de transmissão do vírus por meio de medidas preventivas não-farmacológicas.
"A gravidade deste cenário não pode ser naturalizada e nem tratada como um novo normal. Mais do que nunca, urge combinar medidas amplas e envolvendo todos os setores da sociedade e integradas nos diferentes níveis de governo", afirma os pesquisadores no documento.