Moradores de São João de Meriti afirmam que estão a mais de uma semana sem coleta regular de lixoReprodução / TV Globo
Segundo a prefeitura, o serviço de recolhimento será regularizado até este fim de semana. O município deu início a um mutirão de limpeza na manhã desta terça (9) e afirmou que a coleta continua sendo feita.
O problema com o recolhimento do lixo aconteceu após o rompimento de contrato entre prefeitura e a concessionária Mais Verde, até então responsável pelo serviço de limpeza no município.
O diretor da companhia disse para o DIA, na última semana, que a decisão foi tomada de forma unilateral pela Prefeitura, e acusou o poder público de não incluir uma solução para a obrigação de prover melhorias sanitárias na área em questão.
Segundo a prefeitura, o contrato de concessão feito entre o município e a empresa foi firmado na gestão anterior, e a suspensão dos serviços aconteceu por conta de uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que teria encontrado irregularidades.
Em resposta, a Mais Verde informou que o processo do contrato de prestação de serviços de limpeza no município ainda não foi julgado pelo Tribunal de Contas do Estado. Confira a íntegra:
Quando o contrato entre a Mais Verde e a Prefeitura de São João de Meriti foi firmado, ficou acordado entre as duas partes que a contratação por concessão se adequava às demandas para gestão de resíduos no município, e todas as diretrizes da Lei nº 8.987/95 (Lei de Concessões) foram devidamente respeitadas. No ano passado, a Prefeitura conseguiu, na Justiça, manter a concessão em vigor apesar do processo administrativo do TCE, sem tecer qualquer crítica às atividades da concessionária.
No momento do rompimento do contrato, a dívida da Prefeitura com a empresa alcança o patamar de R$ 70 milhões, e contempla pendências dos últimos quatro anos. Durante todo esse período, a Mais Verde nunca deixou de atender à população de São João de Meriti, garantindo uma destinação final ambientalmente adequada a todo o volume de lixo coletado das casas e do comércio.
A quebra do contrato coloca em xeque o projeto da Unidade de Recuperação Energética (URE) Fluminense, que seria a primeira usina da América Latina a transformar o lixo em combustível biossintético, além de produzir energia elétrica a partir dos resíduos. Sem a garantia de um contrato de concessão duradouro, o investimento externo de R$ 85 milhões para o projeto fica comprometido.
Outra iniciativa que estava em andamento era a recuperação ambiental da área da Estação de Tratamento de Resíduos (ETR) da Mais Verde, no bairro Venda Velha. Trata-se de uma obrigação da Prefeitura, de acordo com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta junto ao Ministério Público Estadual. Com o rompimento do contrato, não fica claro quem ficará responsável por esse trabalho".
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