Prefeito do Rio, Eduardo Paes, e Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, apelam para que cariocas fiquem em casa e evitem interações
Prefeito do Rio, Eduardo Paes, e Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, apelam para que cariocas fiquem em casa e evitem interações Reginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Por Beatriz Perez
Rio - O prefeito Eduardo Paes disse na manhã desta sexta-feira que o momento é de ficar em casa. Paes alertou que o Rio de Janeiro não é uma "ilha no Brasil", que enfrenta o pior momento da pandemia. O prefeito afirmou que vai anunciar medidas mais restritivas na segunda-feira que devem começar a valer entre meados e o fim da semana que vem. Ele explicou que ainda está articulando com o governo do Estado e com municípios da Região Metropolitana para anunciá-las porque, segundo ele, as medidas serão mais eficazes se coordenadas.
"Os números todos apontam que temos uma situação muito mais grave. As pessoas estão indo para a UTI e o desfecho pode ser vir a óbito. Temos que trabalhar para preservar vidas. Queremos fazer um apelo á população de que não se trata de um alarme falso, não é exagero, é um fato que está acontecendo no Rio. Está se confirmando que não somos uma ilha no Brasil. O cenário em que você tem uma rede de Saúde estressada está se confirmando na cidade. Ou nós temos consciência, respeitamos as vidas ou vamos viver uma situação inadministrável", afirmou o prefeito do Rio.
Publicidade
Nesta segunda-feira o prefeito editou um decreto proibindo a permanência nas praias da cidade e a entrada de ônibus e veículos fretados na cidade.
Paes disse que desde que ganhou as eleições vem sendo cobrado para decretar o lockdown e disse que agora sim é o momento de ficar em casa. "Se eu tivesse atendido esse clamor estaríamos há 2 meses e meio trancados em casa. O que estamos alertando é que estamos vivendo um momento grave agora".
Publicidade
O prefeito antecipou que vai adiantar feriados de abril. Ele não quis dar detalhes sobre as medidas restritivas porque insiste que se coordenadas com outros municípios da Região Metropolitana, elas serão mais eficazes.
"A cidade do Rio de Janeiro também não é uma ilha. Qualquer decisão que seja tomada sem uma solidariedade metropolitana se torna mais difícil", disse comentando que já conversou com o prefeito de Petrópolis nesta sexta, e ainda terá reuniões com o prefeito de Niterói e com o governador do Estado.
Publicidade
As declarações foram dadas durante a divulgação do 11º Boletim Epidemiológico da covid-19 na Prefeitura. O superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia, apresentou o aumento nas últimas semanas do número de óbitos e internações, caracterizando um novo aumento na curva epidemiológica.
"A possibilidade de aumento começou a ser identificada no começo de fevereiro e se configurou em março, com 25% de aumento no último dia 16. Chama a atenção o grande aumento de internações nos últimos dias", destacou o superintendente em Vigilância.
Publicidade
Questionado se o momento demandaria o fechamento das escolas, Paes repetiu que as medidas serão anunciadas segunda-feira. " Segunda-feira a gente vai anunciar as novas medidas. Eu venho dizendo e repito que as escolas serão as primeiras a abrir e as últimas a fechar. As medidas já estão praticamente decididas no âmbito da Prefeitura, mas a gente vive uma especificidade aqui no Rio. Tomar decisões isoladas na cidade do Rio de Janeiro tem eficácia menor do que decisões coesas, com solidariedade metropolitana. Estou tentando construir essa coesão", afirmou. 
A Prefeitura do Rio publicou nesta sexta-feira (19) no Diário Oficial da cidade um novo decreto aumentando as restrições para conter a propagação da Covid-19. O novo texto determina o fechamento das praias. O prefeito Eduardo Paes durante a inauguração do BioParque, na quinta-feira, afirmou que não descarta a possibilidade de lockdown no município.

Na semana passada, Paes já havia anunciado restrições mais enérgicas. Inicialmente o acesso às praias está proibido para este fim de semana, da 0h de sábado (20) até as 5h de segunda-feira (22).

A nova determinação proíbe a permanência nas areias em qualquer horário. A prefeitura também incluiu a prática de esporte, o comércio ambulante e o banho de mar. As áreas de lazer nas orlas, nas avenidas Delfim Moreira, Vieira Souto e Atlântica e no Aterro do Flamengo, estão suspensas.
Publicidade
Os quiosques podem funcionar normalmente, no mesmo horários permitido para bares e restaurantes, das 10h30 às 21h.

O estacionamento está fechado na orla. Apenas moradores identificados, idosos, portadores de de necessidades especiais, hóspedes de hotéis e táxis estão autorizados.

A entrada de ônibus e outros veículos fretados estão proibidos de entrar na cidade, com a exceção dos que prestam serviços regulares para os funcionários de empresas ou para hotéis. Neste caso, os passageiros precisam confirmar a reserva de hospedagem.
A ocupação de leitos de UTI na rede SUS na capital — incluindo leitos municipais, estaduais e federais — era de 95%.