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No quintal ou dentro de casa, as plantas representam o verde da esperança

"Em todas as fases e tons, há beleza. Assim como podemos fazer nos processos da nossa vida. Basta apreciar o processo"

Por ANA CARLA GOMES
Costumo dizer que as suculentas são as grandes estrelas na janela do meu quarto. Sempre que meus amigos veem um clique dali, são elas que, merecidamente, chamam a atenção. A veterana chegou em setembro de 2018, como lembrança do casamento de uma amiga de infância, a Cris, com o Jorge. Gostou tanto da casa que cresceu, ganhou vaso novo e companhias, especialmente na pandemia. Aprendi, enfim, a cuidar delas, com muito sol e pouca água. Nem precisaria, mas uma delas ainda carrega a frase: "O amor cresce aqui".
O verde entra na nossa casa como símbolo da esperança, como muito bem resume o paisagista Ricardo Portilho. Num delicioso bate-papo, falamos sobre bromélias, cactos, orquídeas, samambaias, comigo-ninguém-pode... Um universo tão democrático que pode ser perpetuado de muda em muda. "Sempre tem aquela planta que lembra a avó", comenta Ricardo.
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A jardinagem — do nosso quintal, da horta ou daqueles jardins de capas de revista — exige cuidados e tempo, mas torna prazeroso ver o crescimento. Ou renascimento. É a sensação de Ricardo. Do seu ofício, brotam artes. A planta de nome Strelitzia e conhecida como 'ave do paraíso' vira uma linda escultura da artista plástica Christina Motta.
Quando pergunto a ele se é verdade a história, passada de geração em geração, de que existe 'mão boa' para jardinagem, ele me responde lindamente: "É preciso fazer o que se gosta". As plantas também crescem regadas com afeto.
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Assim, carregadas de magia, elas se espalham. De uma semente, sai o pé de laranja, como mostra uma colega de trabalho, num clique em casa, no Centro do Rio. Do carinho diário da mãe de uma amiga, surge o verde que dá o tom na sua casa em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Do olhar atencioso do meu amigo Celso Reis, aparece a mágica da transformação de uma planta do seu quintal em Oswaldo Cruz, no subúrbio: a haste vai crescendo, as flores ficam rosas e se abrem. Em todas as fases e tons, há beleza. Assim como podemos fazer nos processos da nossa vida. Basta apreciá-los.
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