Henry Borel, de 4 anos, morreu com diversas lesões pelo corpo
Henry Borel, de 4 anos, morreu com diversas lesões pelo corpoREPRODUÇÃO
Por Carolina Freitas
Rio - A empregada Leila Rosângela de Souza, que trabalhava como doméstica na casa de Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, de 4 anos, que morreu na madrugada do dia 8 de março, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, deu uma versão diferente sobre a morte da criança. 
De acordo com Rosângela, ela soube do falecimento de Henry no dia seguinte, quando foi trabalhar, pois a própria mãe do menino a comunicou. Monique teria ligado para ela perguntando se ela já estava no apartamento para fazer a faxina. Nisso, Rosângela respondeu que sim, que só faltava arrumar algumas coisas e ia embora.
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A mãe de Henry então teria dito para a empregada tirar o resto do dia de folga. Rosângela, logo em seguida, perguntou se havia acontecido alguma coisa e Monique respondeu: "depois a gente conversa".
A funcionária relata ainda que terminou as tarefas e quando foi embora, encontrou Monique saindo do elevador junto com um casal "com a cara inchada de tanto chorar". Nisso, ela (emprega) perguntou qual era o motivo e a mãe do menino respondeu que o filho havia passado mal de madrugada e tinha falecido. 
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Já Monique Medeiros, deu outra versão. Ao ser perguntada se alguém esteve no local após ela e Jairinho irem ao hospital com Henry, ela disse que sim, que Rosângela esteve no apartamento no dia seguinte, mas que ela não sabia do falecimento do garoto. Disse ainda que nem mesmo no dia da morte, ela relatou para a funcionária sobre o óbito. Que apenas falou para Rosângela "tirar o dia de folga".
Em seu depoimento prestado à polícia, Monique tinha dito que a empregada havia limpado o apartamento justamente por não saber da morte da criança, o que contradiz a versão da própria funcionária e de Dr. Jairinho, que também afirmou que Rosângela sabia da morte do menor.
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Imagens de câmeras de segurança do condomínio em que Monique mora, mostra quando ela chega carregada por um casal e encontra com Rosângela no hall. 
André França Barreto, o advogado de defesa do casal Dr. Jairinho e Monique Medeiros disse que existe sim divergência nos depoimentos, mas que é "absolutamente relevante", pois a mãe da criança estava "em estado de choque".  
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Disse ainda que "nada influenciou nas investigações ou mesmo nos fatos em apuração".
Mandado de prisão
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A Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira em endereços de parentes do vereador Jairo Souza, o Dr. Jairinho. A operação foi iniciada antes das 6h. Agentes estiveram nas casas do pai do parlamentar e dos avós maternos do menino Henry, em Bangu, Zona Oeste do Rio, e também na casa do pai da vítima, Lienel Borel, no Recreio. O apartamento em que Henry vivia com a mãe e o padrasto também foi interditado. 
Dr. Jairinho estava na casa do pai, o ex-deputado estadual Coronel Jairo, em Bangu; a mãe do menino, Monique Medeiros, também estava em Bangu, na casa dos pais.
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Durante a operação, a polícia apreendeu pelo menos cinco celulares, além de computadores. Na casa do pai, Leniel, foral levados um notebook e dois celulares.
Os mandados foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri da Capital, que também decretou a quebra dos sigilos de todos os alvos. O apartamento no condomínio da Barra da Tijuca, onde a criança morava com a mãe e Dr. Jairinho foi interditado para novas perícias. As chaves devem ser entregues à Polícia e uma viatura da Polícia Militar ficará baseada no local por 30 dias.
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Corpo de menino Henry deve ser exumado
Em entrevista ao Fantástico, no último domingo (21), o advogado do pai de Henry, afirmou que estuda pedir a exumação do corpo da criança. 
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"O nosso papel como defesa do pai não é incriminar A ou B, é saber a verdade. Por que o menino morreu daquele jeito? Daquela forma?", disse Leonardo Barreto.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou diversas lesões pelo corpo da criança, infiltrações hemorrágicas nas partes frontal, lateral e posterior da cabeça, contusões no rim, no pulmão e no fígado. A causa da morte seria "hemorragia interna causada pelo rompimento do fígado".
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