Crise na saúde. Na foto, o "CER" do Leblon.
Crise na saúde. Na foto, o "CER" do Leblon.Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por O Dia
Rio - Depois de três dias de agonia, o alívio. "É desesperador, você querer fazer algo pela pessoa e não poder. Eu ia pagar R$ 9 mil do meu bolso para conseguir uma ambulância particular e transferir ele daqui". O desabafo é da dona de casa Patrícia Paiva Leivas, que conseguiu na noite desta terça-feira (6) a transferência do marido, o servidor público Fernando Alves Prodanoff, de 54 anos, para o Centro Hospitalar da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela denuncia que desde o último sábado (3), quando o levou para o Centro de Emergência Regional (CER) do Leblon, com suspeita de ter contraído a Covid-19, ele ficou sentando em uma poltrona com cuidados médicos limitados. 
De acordo com Patrícia, que também teve Covid e está recuperada, a direção do CER Leblon conseguiu a autorização para transferir o marido dela de unidade, mas que não tinha ambulância para o procedimento. Mesmo com a transferência autorizada, a unidade só conseguiu o veículo nesta terça-feira.
Publicidade
Moradora da Mangueira, Patrícia ficou por vários dias tentando conseguir a transferência do marido. Ela também reclamou da falta de medicamento na unidade. 
"É algo absurdo. A gente tinha conseguido o mais difícil que era uma vaga de leito em outra unidade. É inaceitável um paciente ficar por três dias sentado e com oxigênio no rosto. A única coisa que eu precisava era de uma ambulância pra fazer esse procedimento", reclama a dona de casa que ainda tentou a transferência do esposo por meio particular. 
Publicidade
Fernando Alves Prodanoff sentiu os primeiros sintomas da Covid na última sexta-feira. Ele foi levado para o CER Leblon, mas acabou liberado sem os resultados do exame. No sábado, retornou à unidade e ficou internado recebendo oxigênio. 
Do acordo com o painel Covid, da Prefeitura do Rio, 145 pessoas estão na fila de espera por um leito na capital. Há uma semana a cidade vem batendo recorde de pessoas internadas simultaneamente em leitos de terapia intensiva. A taxa de ocupação no município é de 75% para enfermaria e de 93% em UTI. Nas últimas 24 horas, forma 1.464 novos casos e 188 óbitos de pacientes diagnosticados com a Covid-19. 
Publicidade
Procurada, a coordenação do CER Leblon informou que o paciente Fernando Alves foi transferido tão logo houve disponibilidade de vaga. Veja na íntegra:
"A coordenação do CER Leblon esclarece que o paciente Fernando Alves foi transferido tão logo houve disponibilidade de vaga. É preciso deixar claro que o paciente recebeu o tratamento necessário para o caso durante todo o período de internação. A vaga para transferência esteve disponível na manhã do dia 6/4, mas o paciente recusou. Após esclarecimentos da equipe de saúde, o paciente aceitou e foi transferido ontem à noite".