Jairinho está preso pela morte do menino Henry Borel
Jairinho está preso pela morte do menino Henry BorelRenan Olaz/CMRJ
Por Bruna Fantti e Carolina Freitas
Rio - O vereador Jairo Souza, o Dr. Jairinho, negou, durante depoimento em que O DIA teve acesso, nesta quinta-feira (8) na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), as acusações de que teria maltratado filhos de suas ex-namoradas. O médico respondeu às perguntas do delegado Adriano Marcelo Firmo. Ele estava na presença de seu advogado, André França Barreto.
Ao ser perguntado se conhecia N.O.M, o vereador disse que sim e contou que começou a namorar a mulher em 2010, por dois anos. Jairinho relatou ainda que jamais morou com N.O.M, que era de Bangu, na Zona Oeste, que apenas frequentava a residência da ex-namorada esporadicamente, além de encontrá-la em um flat que possuía no Recreio dos Bandeirantes.
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O parlamentar alegou que os encontros não eram frequentes pois, na época, ele era casado com Ana Carolina, sua ex-esposa, com quem tem dois filhos.
"Na época, o declarante era casado com Ana Carolina e residia no Le Park, no bairro da Barra da Tijuca. Que nas brigas que tinha com sua esposa, o declarante ficava na casa dos pais, em Bangu. Que nestas brigas com Ana Carolina, as agressões eram somente verbais, mas nunca a agrediu fisicamente", cita um trecho da declaração.
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No decorrer do depoimento, o vereador foi questionado se durante o namoro com N.O.M possuía contato com a filha da ex, que na época tinha apenas 3 anos de idade. Ele afirma que conheceu a criança e que mantinha boa relação com ela.
Ao ser perguntado se já saiu sozinho com a menor, Jairinho sustenta que não. Ele afirmou que quando saía com a criança, havia sempre alguém junto. O parlamentar falou ainda sobre episódio em que levou a filha da ex-namorada ao McDonald's junto com um primo dela e revelou que durante os dois anos de namoro saiu com a criança "umas dez vezes", sempre acompanhado.
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"Apenas uma vez levou a menina e um primo no McDonald's e por ser muito próximo a residência da ex-namorada, não demorou mais do que 20 minutos. Que o declarante não sabe afirmar se N.O.M estava ou não junto com eles."
Sobre o episódio de um suposto afogamento, 'mocas' e apertões causados por ele à filha de N.O.M, o vereador disse que isso nunca aconteceu. Negou também ter colocado um saco plástico na cabeça da criança para que ela não conseguisse respirar e disse que jamais deu remédio para a ex-namorada dormir.
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"O declarante responde que jamais esteve sozinho com a criança na piscina, até porque não tinha esse grau de intimidade com ela."
Jairinho alega que nunca encostou na criança e que seu contato com ela não era frequente, já que quando encontrava N.O.M, a menor ficava a maior parte do tempo com a avó, mãe da ex-namorada.
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Agressão
Os questionamentos do delegado da Dcav se deram após um um depoimento prestado por uma ex-namorada de Dr. Jairinho. A mulher cita agressões sofridas por ela e por sua filha, na época, menor de idade. A criança, que possuía 3 anos, falou à polícia há duas semanas na delegacia que investiga o caso, e alegou que era maltratada pelo vereador.
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"Ela disse lembrar que ele a afundava na piscina. Também relatou que ele subia na barriga dela, enquanto ela estava deitada, e torcia o braço e a perna dela", relatou a mãe.
A ex-namorada contou também que um dia o vereador deu remédio para que ela pudesse dormir. O motivo seria que ele estaria ligando para uma ex-esposa. A mulher conta que fingiu ter tomado o medicamento e logo após flagrou Jairinho segurando a filha dela pelos braços.
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em declarações, uma amiga íntima de uma outra ex-namorada de Jairinho, disse que ele arranjava motivos para sair sozinho com o filho da amiga e que em uma das saídas, a criança voltou desfigurada e com os olhos roxos, como se tivesse passado por uma "sessão de tortura". Nessa ocasião, o vereador teria alegado que a criança havia caído de cabeça.
Em outra, o menor chegou com a perna fraturada na altura do fêmur. A explicação foi que o menino tinha se prendido no cinto de segurança e tropeçado ao sair do carro".
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"Nas duas vezes, Jairinho o levou a uma clínica de conhecidos dele. Minha amiga estava deslumbrada e tinha medo por ele ser poderoso", contou a mulher.