Na época em que Maicon morreu, os policiais militares afirmaram que o garoto teria reagido a uma ação policial, e que por este motivo eles teriam atirado contra a criança de dois anos. Ninguém foi responsabilizado pela tragédia desde então.
O pai da criança realizou uma manifestação nesta manhã, na Avenida Brasil, altura da passarela 26, em Acari, na Zona Norte do Rio. Durante o protesto, ele mostrou os relatórios da Corregedoria Geral da Polícia Militar e questionou a versão dada pelos policiais na época. Segundo José Luiz Faria da Silva, o Ministério Público é o principal responsável pelo caso nunca ter sido solucionado.
“O Ministério Público tem o poder de investigação, mas eles não fizeram nada até hoje. Então o que significa o MP? Se eles não fazem o trabalho deles? Eu acho que o maior responsável pelas mortes não apuradas é o Ministério Público.
Pai do menino Maicon pede justiça pela morte do seu filho de dois anos, que hoje completou 25 anos sem solução. O caso foi arquivado em 2005. #ODia pic.twitter.com/tx8WODIBML
— Jornal O Dia (@jornalodia) April 15, 2021
Ele ainda lembrou que quando fez a denúncia na delegacia, o delegado responsável teria dito: “cuidado com o 9° Batalhão”. E lamentou: “eu tenho que ter cuidado com o tráfico. A nossa justiça não tem significado, em que o Ministério Público atuou? É inviável ele ter trocado tiros com 2 anos de idade. Temos que convir que o Maicon não trocou tiro”.
Em 2015, José Luiz Faria da Silva solicitou o desarquivamento da investigação, sem sucesso.
O Ministério Público disse em nota que o inquérito foi arquivado em 2005 por falta de provas e, após análise da Assessoria Criminal do órgão, foi constatado que não havia novas evidências para desarquivar o processo.
Ainda em nota, o MP afirmou que em 2019 o Tribunal de Justiça (TJ) arquivou o processo definitivamente.
Apesar do arquivamento definitivo, o pai da criança ainda acredita na possibilidade de que a justiça possa ser feita. “Eu voto, eu cumpro os meus deveres como cidadão brasileiro, então o que eu espero das autoridades é que assumam a responsabilidade no crime do Maicon. Tem que ter responsabilidade, se não tiver, então pra que que o MP existe? As delegacias existem? A Polícia Militar existe?”, disse.
A história do caso vai se transformar em um documentário
“Estamos no processo de produção e gravação do filme para ser entregue em junho. Hoje vim acompanhar o José, pela questão dos 25 anos e também ouvimos o depoimento dos moradores”, disse.
O financiamento do documentário está sendo feito sem apoio financeiro de nenhuma organização pública, nem da iniciativa privada.
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