UTI para tratamento de Covid-19  no Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, Rio de Janeiro. Pacientes entubados na unidade de terapia intensiva do hospital municipal.
UTI para tratamento de Covid-19 no Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, Rio de Janeiro. Pacientes entubados na unidade de terapia intensiva do hospital municipal.Daniel Castelo Branco
Por O Dia
Rio - O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, reconheceu que é baixo o estoque dos medicamentos sedativos e neuromusculares, o chamado 'kit intubação'. Os hospitais têm feito remanejamento dos medicamentos - todos atuam com pouco estoque para que não falte em nenhum. Até mesmo os fármacos antes reservados para clínicas veterinárias estão sendo remanejados aos hospitais. Segundo Soranz, os hospitais da rede pública têm abastecimento para três dias.
"Todas as cirurgias eletivas estão suspensas na cidade do Rio. Isso inclui cirurgias no centro de veterinária. Não faz o menor sentido continuar consumindo itens essenciais da intubação para a saúde humana nas unidades veterinárias. Estamos utilizando todo esse material nas unidades em que tem um alto atendimento de pessoas com Covid. Todos os hospitais municipais, estaduais e federal têm abastecimento para três dias", afirmou Soranz durante a apresentação do 15º boletim epidemiológico, desta vez sem a presença do prefeito Eduardo Paes, diagnosticado com Covid-19 pela segunda vez.
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"A gente remaneja para que não falte em nenhuma unidade e a gente consiga manter um equilíbrio. Toda a rede SUS e a rede privada estão contribuindo para a manutenção desses insumos. Nenhum hospital deve ter estoques longos para que não falte em outro. O ministro da Saúde garantiu que vai receber um carregamento nesta semana. Nesta sexta a gente já recebeu medicamentos bloqueadores neuromusculares e sedativos".
Repasses de medicamentos por parte do Ministério da Saúde tiveram queda no início do ano
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O governo do estado do Rio afirmou, durante a semana, ter pedido um aditivo de 50% para que o Ministério da Saúde aumente o número de repasses. O painel de distribuição de medicamentos hospitalares do Ministério da Saúde aponta que a pasta fez um grande repasse entre julho e agosto de 2020 (260 mil medicamentos), primeira onda da pandemia. Esse número, no entanto, foi a quase zero no início do ano. Em fevereiro, a única distribuição do Ministério da Saúde foi de 200 unidades do Cloridrato de Cetamina, que serve para indução de anestesia. A distribuição de remédios voltou a subir em março (306 mil).
A Secretaria Estadual de Saúde afirmou que está "empenhando todos os esforços" para abastecer as unidades com o kit intubação. A pasta informou que entregou medicamentos para 74 unidades de saúde na semana passada, e que "aderiu a uma ata do Ministério da Saúde (MS) para aquisição dos medicamentos e realiza um processo de compra para suprir a necessidade do estado nos próximos três meses".
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A secretaria disse ter pedido um aditivo de 50% no contrato de adesão do Ministério da Saúde para receber mais medicamentos. A distribuição dos fármacos é feita de maneira proporcional a à população dos estados. Nesta semana, o governo federal recebeu de um grupo de empresas doações de 3,4 milhões de medicamentos hospitalares.