Barbieri foi preso na casa da mãe, na comunidade do Jacaré, em Piratininga, Niterói
Barbieri foi preso na casa da mãe, na comunidade do Jacaré, em Piratininga, NiteróiReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Thuany Dossares
Rio - O motivo do retorno de João Felipe Barbieri ao Rio de Janeiro foi a cobrança de uma dívida de R$ 500 mil a lideranças do Comando Vermelho (CV) que ainda não tinham pago por armas compradas com ele anteriormente, de acordo com a Polícia Civil. Barbieri é apontado como um dos maiores traficantes de armas do país e estava foragido desde novembro, quando conseguiu sair pela porta da frente da cadeia após ser beneficiado por um esquema de falsos alvarás de soltura.
De acordo com o delegado titular da Polinter, Mauro César da Silva Júnior, responsável pela prisão, Barbieri circulou entre quatro estados diferentes na tentativa de despistar a polícia, até ser encontrado, na manhã desta quarta-feira, na casa de sua mãe, na comunidade do Jacaré, em Piratininga, Região Oceânica de Niterói.
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"A gente presume que a dívida gire em torno de R$ 500 mil e seja de comunidades do Comando Vermelho, que já tinham comprado armas com ele e ainda não tinham quitado a dívida. As cobranças que ele começou a fazer para se recapitalizar e se reestruturar no esquema do tráfico de armas foram feitas aqui no Rio", explicou Mauro César.
Segundo a Polícia Civil, entre 2014 e 2017 João Felipe e sua quadrilha foram responsáveis pela entrada de 1100 fuzis em favelas do Rio de Janeiro, além de mais de 300 mil munições.
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O delegado da Polinter explicou que antes de ser preso, em 2017, João Felipe Barbieri exercia uma função de logística, recebendo os armamentos e munições que viam dos Estados Unidos, enviados pelo seu padrasto, Frederik Barbieri, e repassava para João Victor Roza, que era quem fazia negócios com os traficantes das comunidades.
Mauro César revelou que na tentativa de receber o dinheiro, João Felipe chegou a cobrar Roza, que também foi um dos beneficiados pelo esquema de falsificação de alvarás e recapturado na segunda-feira.
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"Ele estava cobrando de quem ele repassava as armas, que tratavam com os traficantes. Ele cobrou do Roza, inclusive. Os negócios que ele fazia não eram no Rio. O foco dele era mais do exterior, introduzia a arma no Rio de Janeiro, e o Rosa tinha contato com os traficantes para a venda", explicou o delegado.
A Polinter passou a investigar Barbieri, em fevereiro, a partir do esquema dos alvarás falsos de soltura, e em dois meses e meio, o traficante internacional de armas viajou diversas vezes para tentar escapar da polícia.
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"Assim que ele saiu da cadeia, ainda não tinha estourado a questão do esquema dos falsos alvarás de soltura. Quando essa notícia estourou, em fevereiro, que foi quando começamos a monitorar ele e descobrimos que ele passou primeiro pelo Espírito Santo, depois em Minas Gerais e São Paulo, até voltar para a casa da mãe, na semana passada. Nós não temos conhecimento que ele tenha vendido armas em outros estados e que estava fazendo cobranças. Tudo indica que ele estava só fugindo mesmo nos outros estados", finalizou Mauro César.
Contra Barbieri foi cumprido mandado de prisão por associação criminosa e falsificação de documento público, expedido pela 1ª Vara Criminal de Bangu. A Polícia Civil apreendeu o celular do traficante e irá pedir à justiça a quebra de dados telemáticos do aparelho.