Leniel Borel e o filho Henry
Leniel Borel e o filho HenryArquivo pessoal
Por Carolina Freitas
Rio - Um novo laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) do menino Henry Borel, que o O DIA teve acesso, mostra que a criança sofreu lesões no rosto provocadas por unhas. "As lesões na região nasal e infra orbital são compatíveis com escoriações causadas por unha", dizia uma parte do documento.
O perito cita ainda que não identificou sinais de esganadura no pescoço nem nas vias aéreas superiores. "Não identifiquei sinais de esganadura no pescoço e não identifiquei sinais de engasgamento nas vias aéreas superiores".
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Sobre uma lesão encontrada na boca de Henry, o médico legista disse que pode ter sido provocada no Hospital Barra D'Or, após uma tentativa de intubação. Cita também que havia múltiplas lesões no abdômen da criança, de 10mm de cada e que ambas aconteceram entre 12 e 48 horas antes da realização do exame. 
Diz ainda que no momento em que examinou o corpo de Henry, não havia sinais de maus-tratos anteriores. 
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O novo laudo confirma ainda o que já havia sido dito no documento anterior: A criança já chegou à unidade de saúde sem vida.
"Conforme o Boletim de Atendimento Médico do Hospital Barra D'Or, em nome de Henry Borel Medeiros, a vítima, ora paciente, foi admitida "parado, cianótico, pálido, extremidades frias e cianóticas e sem perfusão capilar periférica. Rigidez de mandíbula. Mole, pálido, roxo. Com rigidez da mandíbula, temperatura de 34 graus e flacidez do restante do corpo".
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Ressalta ainda que a causa da morte foi hemorragia interna por lesão hepática. "A causa da morte foi a hemorragia interna por lesão hepática ainda que existam outras lesões intracavitárias que guardem nexo causal com o evento que gerou o óbito".
Peritos usam estudos internacionais para provar que não houve acidente doméstico 
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Os oito peritos criminais que assinam o laudo da reprodução simulada da morte do menino Henry Borel Medeiros, de apenas quatro anos, usaram quatro estudos internacionais para provar que as 23 lesões encontradas no corpo da criança não podem ter sido caudas por queda decorrente de acidente doméstico.
Essa versão havia sido contada pela mãe de Henry, Monique Medeiros, e o padrasto da vítima, vereador Jairinho, presos suspeitos de homicídio.
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 Através da análise do laudo, dos depoimentos e das pesquisas, os especialistas concluíram, com convicção, que todos ferimentos citados na necropsia "apresentavam características condizentes com aquelas produzidas mediante ação violenta (homicídio)", de acordo com o documento que O DIA teve acesso.
Eles ainda afirmam, no laudo, que o crime aconteceu no interior do apartamento de Jairinho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, entre 23h30 do dia 7 de março e 3h30 do dia 8.
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Mãe de Henry quer prestar novo depoimento
O Ministério Público do Rio recebeu o pedido da defesa da mãe do menino Henry, Monique Medeiros, para que um promotor de Justiça seja designado para acompanhar o caso. Os novos advogados de Monique insistem para que ela seja ouvida novamente e prometem uma nova versão do que foi exposto pela professora.
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A tese defendida é de que ela seria ameaçada e agredida pelo namorado, o vereador Dr. Jairinho. Com a prisão, a mulher estaria se sentindo mais segura para falar.
O órgão, no entanto, entendeu que a decisão de ouvir ou negar o pedido de novo depoimento será exclusivo do delegado responsável pelo caso, Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra). No MP, o pedido da defesa foi encaminhado ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Investigação Penal, que, por sua vez, o encaminhou ao promotor natural do caso, Marcos Kac.
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"De acordo com o promotor, a decisão de ouvir ou não novamente a investigada Monique Medeiros cabe unicamente ao presidente do inquérito, que é o Delegado de Polícia", diz o MP.
Até o fim desta quinta-feira, a polícia não havia decidido se ouviria ou não Monique novamente.