Monique Medeiros afirma em carta que teme pela vida dos pais
O DIA teve acesso a carta que Monique escreveu na cadeia. Ela diz diz que seus pais já foram ameaçados por Jairinho e que ele é muito influente em Bangu
Rio - Presa suspeita de participar do assassinato do próprio filho, Monique Medeiros escreveu uma carta de 29 páginas dentro da cadeia. O material foi revelado pela Record TV e TV Globo, na noite de domingo. O DIA teve acesso ao documento e nos relatos, a mãe de Henry Borel Medeiros conta que teme pela vida dos pais, por conta da grande influência de seu então companheiro, o vereador Jairo de Souza Santos, o Doutor Jairinho.
Os pais de Monique moram em Bangu, na Zona Oeste do Rio, um dos currais eleitorais do político, que também está preso suspeito de matar Henry. Ela os descreve como pessoas humildes, com caráter, e que não tem outro lugar para ficar.
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"Temo pela vida deles! Jairinho emprega mais de uma centena de pessoas, é influente, conhece as pessoas mais ricas desta cidade, tem informações privilegiadas e comanda muita coisa em nosso bairro", escreveu.
Monique também afirma que sofria um relacionamento abusivo e que Jairinho ameaçou ela e sua família por diversas vezes. "Eu tentava a todo custo me afastar e me desvincular dele, mas fui diversas vezes ameaçada e minha família também", contou.
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Ao longo da carta, Monique relata, com detalhes, que o companheiro era extremamente ciumento e possessivo, chegando a instalar um rastreador em seu telefone para ter o controle de seus passos. Segundo ela, Jairinho também ordenava que pessoas a vigiassem.
"Colocou localizador no meu telefone e sempre pedia para que eu mandasse foto. (...) Jairinho começou a ter ciúme de eu ir na academia e até colocou gente para me seguir e tirar foto de mim malhando para saber com qual roupa eu estava indo treinar", narrou.
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A acusada também disse que o companheiro exigiu diversas mudanças de comportamento. "Sutilmente, Jairinho começou me pedindo para apagar muitas fotos do meu instagram, que eu não poderia ter muita exposição (...) Depois ele começou a pedir que eu parasse de responder mensagens de amigos homens, então eu parei. Depois ele começou a pedir que eu bloqueasse esses amigos para que não tivessem acesso a mim, assim eu fiz. (...)".
Procurada, a defesa de Jairinho informou que "sem falar sobre a tese da defesa, o que somente farei após a denúncia, posso adiantar que a carta da Monique é uma peça de ficção, que não encontra apoio algum nos elementos de prova carreados aos autos", declarou o advogado Bras Santana.
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