De acordo com o relato de uma testemunha, em mensagem enviada à enteada, a PM e criminosos começaram a trocar tiros na passarela. Foi neste momento que Gemerson, que passava no local no momento do confronto, teria se abaixado para se proteger, mas foi baleado momentos depois. "Quando eles [os PMs] chegaram perto, ele estava gritando que era trabalhador e um policial branco, meio gordinho, abriu a mochila dele e chamou um outro e cochichou sobre algo que estava dentro [da mochila] e ele estava com um crachá na mão. Eles jogaram a mochila dele dentro da viatura", disse a testemunha.
O primeiro corpo a ser colocado dentro da viatura teria sido de Gemerson, pois, de acordo com o relato da testemunha, ele gritava ininterruptamente que era trabalhador. Em seguida, outros baleados também foram colocados no mesmo veículo e socorridos. O marceneiro foi socorrido para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu e morreu. Gemerson deixa uma esposa e cinco filhos.
A enteada do marceneiro está se mobilizando na internet para pedir por justiça, já que nenhum dos pertences pessoais de Gemerson teria sido entregue à família. "Sumiram com as coisas dele, trataram como bandido, ele é trabalhador, estava indo trabalhar. Ele estava com o crachá da empresa, era marceneiro, na mochila estava o uniforme, o celular, os documentos, tudo sumiu", relatou Yasmin.
"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que um Inquérito Policial Militar (IPM) é instaurado sempre que há registro de mortes em ocorrências, e ressalta que a corporação lamenta a perda de todas as vidas, sem distinções. Em relação às ocorrências citadas, os policiais militares foram atacados em todas as situações, sendo necessário, portanto, revidar as ações criminosas. Em nenhuma das ocorrências havia operação policial.
A corporação esclarece ainda que as investigações sobre as ações citadas estão a cargo da Secretaria de Estado de Polícia Civil. No caso dos feridos que foram a óbito, as investigações foram transferidas para a Delegacia de Homicídios da Capital. Os demais casos estão sob investigação das delegacias distritais, onde foram feitos os registros de ocorrência. Vale ressaltar que, paralelamente à apuração dos fatos pela Polícia Judiciária, foram instaurados Inquéritos Policiais Militares pelos comandos das unidades que participaram das ações."
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