Sede da Cedae
Sede da CedaeReprodução
Por Carolina Freitas
Rio - O leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que aconteceu na tarde desta sexta-feira em São Paulo, arrecadou R$ 22,69 bilhões em outorgas. O mesmo foi dividido em quatro blocos. A expectativa é que os investimentos alcancem a ordem de R$ 30 bilhões ao longo de 35 anos, sendo que quase metade desse valor deve ser investido nos cinco primeiros anos de contrato.
Quatro consórcios participaram da disputa: Aegea, da corretora Ativa; Iguá projetos, da BTG Pactual, Rio Mais Saneamento, do Itaú e Redentor, da corretora XP Investimentos.
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A previsão é que as concessionárias assumam os serviços até o início do segundo semestre. Os novos operadores terão a obrigação de universalizar a coleta e o tratamento de esgoto e o fornecimento de água para as 35 cidades, que hoje têm ao todo 13 milhões de habitantes.
O primeiro bloco, formado pela Zona Sul e mais 18 municípios do estado foi arrematado por R$8,2 bilhões pelo consórcio Aegea, considerada a segunda maior operadora privada do país. O ágio foi de 103%. O lance inicial, fixado pelo valor da outorga mínima definido no edital, era de R$ 4,037 bilhões.
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O segundo bloco, formado por Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Miguel Pereira e Paty do Alferes, ficou com o consórcio Iguá Projetos por R$ 7,2 bilhões, o que representou ágio de 129,68%. A outorga mínima era de R$ 3,172 bilhões.
Já o terceiro bloco, o último a ser leiloado, não recebeu propostas.
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O quarto bloco, formado por Centro e Zona Norte, Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e São João de Meriti, também ficou com o consórcio Aegea. Ele foi arrematado pelo valor de R$ 7,203 bilhões, representando ágio de 187,75%. A outorga inicial era de R$ 2,503 bilhões. 
Tanto a Rio Mais Saneamento, quanto a Redentor, saíram sem qualquer parte da companhia.
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Estiveram presentes no leilão o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes; o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; o secretário da Casa Civil do Rio, Nicola Miccione; o presidente do BNDES, Gustavo Montezano e o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro.
Castro tratou o leilão como "um marco para o Governo do Estado do Rio de Janeiro". Disse também que significa o um símbolo de mudança, além de afirmar que o leilão gerará direta ou indiretamente, a criação de mais de 26 mil empregos. 
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"Todos acompanharam de perto os momentos difíceis pelo qual o estado passou nos últimos anos. Situações interferiram diretamente nas finanças públicas  e prejudicaram a população, principalmente aquelas mais carentes, que dependem do serviço público", afirmou o governador em exercício. 
Principais benefícios
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- Além do objetivo de universalização dos serviços de água e esgoto, também estão previstos projetos para a despoluição da Baía de Guanabara, da Bacia do Rio Guandu e do complexo lagunar da Barra da Tijuca (R$ 250 milhões), com valor estimado em cerca de R$ 5 bilhões;
- O edital torna obrigatório que o vencedor do leilão faça investimentos de cerca de R$ 1,8 bilhão em comunidades e favelas em até três anos;
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- O processo prevê o aproveitamento de funcionários da Cedae. Além disso, também existe a projeção de geração de mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, somados aos 18,7 mil já existentes;
- Não haverá aumento real da tarifa, a não ser o da inflação setorial. Além disso, a tarifa social passará dos atuais 0,54% para 5% da população nos municípios atendidos. Essa redução poderá até ser maior, desde que haja reequilíbrio econômico do contrato;
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- Entre obras, equipamentos, manutenção e outorgas serão investidos mais de R$ 100 bilhões em 35 anos.